Melhoram condições de segurança para frequentadores no CEPE

Ambulância da Universidade, localizada próxima a Reitoria, consegue atender solicitantes em poucos minutos

Em recente partida do campeonato brasileiro entre Santos e Atlético-MG, um choque de cabeça entre dois zagueiros do galo deixou um deles desacordado e, por problemas de acesso da ambulância ao gramado, ele ficou onze minutos estirado no gramado. O estádio do Santos, a Vila Belmiro, só pôde voltar a mandar jogos em suas dependências, pois fez reformas para reparar o problema. Já na Cidade Universitária, no ano de 2011, um funcionário do Instituto de Física, Benedito Conceição Filho, faleceu dentro do CEPEUSP após um infarto, sem receber socorro. O Jornal do Campus foi até o complexo esportivo verificar quais são as condições de segurança para os atletas e verificou que elas melhoraram.

Na ocasião da morte do funcionário, não havia ambulâncias para socorro de pessoas dentro da Universidade. Agora, há uma de prontidão para possíveis ocorrências, localizada em frente ao posto de segurança da Guarda Universitária, na Praça do Relógio.

Quando perguntado sobre o motivo de não haver uma ambulância dentro das dependências do complexo, o diretor do Centro de Práticas Esportivas, Carlos Bezerra de Albuquerque alegou que os altos preços para a locação desse tipo de equipamento inviabilizariam o fato (cerca de 400 a 500 reais por 6h, segundo fontes da organização de eventos da ECAtlética). Mas, devido à proximidade do local onde fica a ambulância com o CEPE, o diretor afirma que sempre que foi acionado, o equipamento médico prestou socorro em menos de cinco minutos.

(Infografia: Sofia Soares)

Apesar da portaria principal impossibilitar a entrada de ambulâncias, elas podem entrar por um dos outros quatro portões, dependendo do local em que se encontrar o solicitante. O número de acessos é bom, mas faltam funcionários que controlem a entrada e saída por eles e, numa ocasional emergência, o socorro pode ser atrasado por demora para abri-los, já que ficam trancados com cadeado. Também há um médico no CEPE, que, normalmente atende casos ortopédicos, mas pode atender ocorrências mais graves. Bezerra ainda comenta que em breve será aberto concurso para a contratação de outro médico. Também sem estabelecer prazos, o diretor afirma que a portaria principal será reformada, o que melhorará o acesso por aquele local.

O CEPEUSP conta também com desfibriladores para eventuais ataques cardíacos, como prevê a lei Nº14621, de 11 de dezembro de 2007. Além disso, há 22 profissionais capacitados a utilizá-los. De acordo com a professora da Escola de Educação Física e Esporte, Cláudia Forjaz, há risco de problemas cardiovasculares em pessoas que não praticam esportes regularmente e que já possuem algum tipo de problema no coração, que elas mesmas podem desconhecer. “Com a prática esportiva intensa, esse perigo aumenta ainda mais”, afirma. Entretanto, ao se estabelecer uma frequência de atividades físicas, orientadas por profissionais, esse risco diminui a longo prazo, explica.

Bezerra afirma ainda que, para praticar cursos organizados pelo CEPEUSP, é necessário um atestado médico no ato da matrícula, que comprove a boa saúde do interessado. No entanto, lamenta que passar pela supervisão de médicos não seja um costume em pessoas que desejam iniciar uma prática esportiva. “Antes de começar a se exercitar, a pessoa deveria saber de suas limitações físicas”, opina. E completa: “trabalhamos com um fluxo de pessoas muito grande, que inclui idosos e pessoas sedentárias. Uma fatalidade vai acontecer a qualquer hora. Apesar disso, devemos oferecer a melhor infraestrutura possível para diminuir esse risco”.

Não há legislação específica para o esporte universitário, no que diz respeito a submeter atletas a exames médicos antes de inscrevê-los em competições ou que obrigue a presença de equipamentos de segurança médica nos jogos. Para Taís Tinucci, professora da EEFE, esse tipo de legislação não é necessário. “O risco não se modifica porque é praticado por universitários. Basta adotar a legislação vigente”, afirma.