Uivos do Festival do Cão extrapolam muros da USP

Universidade vê expoentes de uma geração reunirem teatro, música e dança em defesa dos espaços públicos e dos estudantes

Festival do Cão: prainha da ECA foi palco de três dias de música e de luta contra a repressão (foto: Vinícius Pereira)

No final da última semana aconteceu na Prainha da ECA o Festival do Cão. Durante o evento, que ocorreu nos dias 8,9 e 10 de novembro, os portões da USP tiveram livre acesso.

A festa celebrou datas importantes, como os dez anos do happy hour estudantil Quinta i Breja e os 6 anos, 6 meses e 6 dias de ocupação do CANIL_, espaço localizado na Prainha e que é atualmente utilizado pelos alunos de forma autônoma para a promoção de shows, peças e intervenções.

Durante o XI Congresso dos Estudantes, foi deliberada a realização de um festival contra a repressão.“Somando isso à vontade de estudantes da ECA de realizarem um festival em defesa da Prainha, ameaçada pela Reitoria [com o projeto da NovaECA], concretizou-se o festival”, explica Renato Barbosa, um dos organizadores do evento.

Em setembro, bandas e coletivos artísticos se inscreveram. Renato explica que a seleção priorizou trabalhos autorais, tanto na produção estudantil quando na produção independente da cidade.

Um dos músicos da banda Guido, Guilherme Xavier Ribeiro, comenta a importância de participar de um evento de livre iniciativa dos estudantes que abriu a universidade para o resto da cidade: “tanto o acesso à USP quanto o acesso às atividades culturais estão distantes de grande parte da sociedade.”

Zé Leônidas, um dos músicos da Banda do Canil_, que ocupa o espaço há cinco anos, explica o caráter experimental de suas apresentações: “Nos deixamos levar por nossos gostos musicais e influências do meio e do momento em que tocamos.” O grupo também elogiou a organização do festival, ressaltando que eles tocaram “em um horário excelente, e com ótimas condições de som, o que só podia resultar numa boa seção de improvisação”.

Na sexta-feira (9), o Coro de Carcarás (acima e embaixo) trouxe maracatu, dança e fogos de artifícios para a Prainha (foto: divulgação percursodacultura)
(foto: colaboração de Ricardo Iannuzzi)
Flauta Snorkel, reinvenção de Max, aluno de música, para a Flauta Hidráulica do artista Fernando Sardo (foto: Anaïs Fernandes)
(foto: Mariana Zito)