CEPEUSP começa a receber demanda olímpica

Suíça é o primeiro país a demonstrar interesse em utilizar o centro esportivo para os treinamentos pré-jogos das Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016

O CEPE está entre as mais de 170 instalações consideradas aptas a receber as delegações para os treinamentos pré-jogos olimpicos. Com catálogo disponível no site do Comitê Organizador das Olimpíadas Rio 2016, o centro esportivo da USP se disponibilizou a receber atletas nacionais e internacionais durante os 15 dias de adaptação que antecedem os jogos.

Desde que o CEPEUSP foi incluído na lista, a Suíça foi o primeiro país a entrar em contato para se informar sobre as instalações, com o intuito de utilizar as dependências esportivas da Universidade como centro de treinamento para os pré-jogos. Apesar de nenhum convênio estar confirmado, eles adiantaram que 100 atletas usufruiriam do centro esportivo durante duas semanas em julho de 2016.

Carlos Bezerra de Albuquerque, diretor do CEPE e um dos coordenadores do projeto olímpico na USP, conta que a candidatura do Centro Esportivo foi um processo complicado, pois era necessário ser transparente quanto à infraestrutura, apresentando documentos, fotos e, inclusive, quais serviços e instalações poderão ser oferecidos ao projeto.

Para Bezerra, essa é uma ótima oportunidade para o crescimento da Universidade, tanto para a instituição como para os alunos. “A vantagem está em trazer grandes atletas e medalhistas de ouro e, com isso, os estudantes podem ter contato com esportistas de alto rendimento e aprender com o movimento dos atletas”, explica o professor de Educação Física. Sobre os impactos negativos para a comunidade universitária, o coordenador do projeto acredita não haver. Os grupos de atletas são pequenos, e o período de estadia coincide com a época de férias, período em que há menor circulação de pessoas.

Dentre os projetos de reforma do CEPE, os módulos (foto à esquerda) estão em fase de licitação, e as quadras 9 e 10 (foto à direita) têm previsão de reforma ainda este ano. (Fotos: Patrícia Beloni)
Dentre os projetos de reforma do CEPE, os módulos (foto à esquerda) estão em fase de licitação, e as quadras 9 e 10 (foto à direita) têm previsão de reforma ainda este ano. (Fotos: Patrícia Beloni)
Em paralelo

Também com foco na participação da Universidade nas Olimpíadas de 2016, está em andamento o programa “A USP nos Jogos Olímpicos e Jogos Paraolímpicos 2016 – Programa de Incentivo e Suporte Técnico-Esportivo”. Lançado em dezembro de 2010, o objetivo é inserir a USP técnica, científica e pedagogicamente nos Jogos. Os esforços agora estão em lançar um curso de especialização semipresencial na área de treinamento esportivo para atletas e técnicos.

Integram também o projeto ações como avaliações físicas e exames de diagnóstico da saúde dos esportistas; cursos e seminários para atletas e treinadores das equipes olímpicas e paraolímpicas; e a concessão de bolsas auxílio para alunos da USP, que sejam atletas (olímpicos, internacionais, nacionais e estaduais) e monitores (estagiários de cursos de Graduação e Pós) com a função de ajudar os grupos de pesquisa e laboratórios de avaliação.

Valdir José Barbanti, coordenador geral do projeto e professor da Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto, acredita que, entre outros benefícios, o programa traz à tona o que a universidade mais tem capacidade de fazer: formar recursos humanos avançados e estruturados, como por exemplo, a formação de treinadores esportivos. “Instalações e equipamentos esportivos ficam como aquisição para a Universidade, mas principalmente o projeto beneficia outros setores indiretamente envolvidos no esporte, como a medicina, que poderá adquirir material de pesquisa e investigação”, completa.

Arthur Gola de Paula, um dos beneficiados do programa, é atleta do remo, e pentacampeão brasileiro em três categorias diferentes. Aluno de Engenharia Mecatrônica da Poli, Arthur acredita que a função da bolsa para o atleta é essencial, já que com o tempo apertado, conciliando treinos e estudo, fica difícil se manter sozinho. “É importante divulgar esse projeto para motivar outros atletas, porque às vezes parece ser impossível cursar uma universidade e ser atleta ao mesmo tempo”.

A primeira fase do programa teve a distribuição de oito bolsas para atletas de nível profissional e estagiários da USP. O benefício tem vigência de 12 meses, mas é renovável. Segundo Barbanti, o programa sofreu uma interrupção no final do ano devido a alguns problemas burocráticos, mas os laboratórios estão sendo preparados nas diferentes unidades da USP e, que, embora não haja muita expectativa de encontrar mais destaques esportivos, um novo edital será lançado para a concessão de mais bolsas.