Empresas Jr. recebem novas regras

Juniores tem prazo de 180 dias para se adaptarem às novas regras. (Foto: Roberta Barbieri)
Juniores tem prazo de 180 dias para se adaptarem às novas regras. (Foto: Roberta Barbieri)

A Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária publicou, no Diário Oficial de 17 de janeiro, a regulamentação das empresas juniores da USP, definindo regras para o funcionamento das instituições. Deliberado em reunião do Conselho de Cultura e Extensão Universitária (Cocex), o texto traz novas regras a serem aplicadas nas empresas, que têm 180 dias para se adaptar às mudanças.

Entre as principais alterações estão a necessidade de prestação de contas e elaboração de um relatório de atividades anual, além de um supervisor acadêmico credenciado na Comissão Especial de Regimes de Trabalho (CERT). A regulamentação ainda diz que as juniores devem arcar com seus custos humanos e de infraestrutura, como contas de energia e telefone, “de maneira análoga a qualquer outra empresa privada”. Além disso, define como 5 anos o prazo máximo da autorização para o uso dos espaços da Universidade pelas juniores, apesar de não especificar se essa autorização é renovável.

Segundo Nicole Sampaio, vice presidente da FEA Jr. e presidente do Conselho do Núcleo USP Jr, as mudanças foram realizadas de forma arbitrária pela pró-reitoria. “Estávamos em contato para definir um texto bom para todos, mas no meio do processo publicaram no Diário Oficial sem nenhum aviso prévio”. Ela destacou possíveis consequências das mudanças para as empresas juniores. “Se as novas regras forem levadas ao pé da letra, creio que as empresas maiores, como FEA Jr. e Poli Jr., conseguirão se adequar, mas juniores menores e mais novas enfrentarão mais dificuldades, podendo inclusive ter que fechar, principalmente por causa do pouco tempo que resta para se adequar aos novos procedimentos”.

O texto traz, entretanto, um aspecto novo que pode agradar os alunos. Atendendo a uma antiga reivindicação das juniores, alunos que participam das empresas poderão obter créditos em disciplinas de atividades de cultura e extensão universitária. Para Nicole, apesar da dificuldade de adaptação às novas regras, a regulamentação é necessária, inclusive para oferecer mais credibilidade às empresas.

O principal problema, no entanto, é a subjetividade das novas regras, motivo pelo qual o Núcleo mantém contato com a pró-reitoria para pedir esclarecimentos sobre os procedimentos. “Não queremos mudar o texto, mas obter um adendo com mais detalhes, para ajudar na adequação das empresas. Não temos um modelo definido para o relatório e prestação de contas e não sabemos quantos nem quais professores possuem o CERT”.

Ela destaca que a orientação do Núcleo USP Jr. para as juniores é de já começarem a se adequar, na medida do possível, às novas regras. Outra recomendação é conversar com representantes do Cocex de cada unidade para explicar a proposta de funcionamento das empresas e sua importância. “ O trabalho em empresas juniores é muito importante na formação profissional, pois é quando o estudante pode colocar em prática o que vê na sala de aula e já adquire experiência num ambiente de trabalho. Possibilitar essas atividades por toda a USP é fundamental ”, completa Nicole Sampaio.