Mudanças nas linhas de ônibus prejudicam estudantes e trabalhadores uspianos

No final de 2012, algumas das linhas de ônibus que circulavam pela Cidade Universitária tiveram seus trajetos alterados. Parte delas deixou de passar pela USP. “Parece uma estratégia para manter apenas os ônibus circulares na universidade, mas ninguém nos explicou nada até então”, diz o mestrando Osvaldo de Souza. Entre as linhas que sofreram modificação, está a 7725-10 Rio Pequeno – Metrô Vila Madalena, utilizada por Osvaldo e outros estudantes para fazer conexão com a linha verde do metrô. “Agora eu tenho que pegar o circular até o Butantã ou um ônibus paralelo que me leve até a estação”.

Na época, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) protocolou junto a reitoria uma petição para o retorno das linhas 107T (Tucuruvi) e 177P (Metrô Santana), que também pararam de circular. A resposta foi que a decisão partiu unilateralmente da SPTrans. Paula Kaufmann, diretora do DCE, diz a entidade identificou a ação como prejudicial aos estudantes e também cobrou respostas junto à SPTrans, por meio de um ofício. O órgão, por sua vez, disse que trata-se de um projeto de realocação de rotas, causada pelas mudanças que o metrô Butantã trouxe para a região, o que sobreporia alguns trajetos.

O DCE se mantém contrário à decisão. “Continuaremos pressionando a SPTrans. A sobreposição de rotas é ilusória. Algumas pessoas agora precisam pegar um ônibus a mais pra voltar pra casa, isso prejudica muito a rotina do estudante”, diz Paula. Um abaixo assinado também foi organizado pelo DCE e circulou pela internet. “Em poucos dias, tínhamos seis mil assinaturas”.

A assessoria de imprensa da SPTrans alega que as mudanças que afetam a USP são feitas em parceria com a gestão de transportes da prefeitura do campus e a partir de estudos prévios. “A USP é um campo diferente de trabalho. Tudo que envolve a USP tem que ter estudos ambientais e técnicos e só são realizadas as mudanças autorizadas pela prefeitura”, disse o assessor da SPTrans que não quis se identificar para o jornal, alegando que os esclarecimentos deveriam ser prestados pela administração da USP. Os itinerários alterados e suas motivações também não foram explicitados.

O Departamento de Relações Institucionais da USP disse ainda não ter conhecimento de todas as alterações. “As mudanças que vimos até agora não envolvem os ônibus circulares da USP. Elas foram uma decisão externa, com base em estudos da SPTrans dos itinerários das linhas dos ônibus comuns, elas não partiram da prefeitura”, diz Raquel Demetrio. Em atenção ao pedido da reportagem do Jornal do Campus, o departamento enviou um pedido de esclarecimento para a SPTrans. Até o fechamento desta edição, as informações não foram obtidas.