DCE realiza ato no Tribunal de Justiça e entrega abaixo-assinado

Cerca de 150 estudantes participaram do ato público contra a denúncia dos “72 da USP” realizado no dia 20 de março, em frente ao Tribunal de Justiça de São Paulo. Recebidos pelo desembargador Rodrigo Capez, Juiz Assessor da Presidência do TJ, os manifestantes entregaram um abaixo-assinado em repúdio à denúncia da promotora Eliana Passarelli, que acusa estudantes e funcionários de formação de quadrilha, desobediência à ordem judicial, posse de substância explosiva, dano ao patrimônio público e pichação.

Lançado logo no dia seguinte à denúncia de Passarelli, o abaixo-assinado on-line atingiu, em uma semana, cerca de seis mil assinaturas, não apenas de estudantes. “Muita gente de fora da Universidade, até de outros países, mostraram solidariedade”, conta Pedro Serrano, presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), que organizou o a abaixo-assinado e o ato – este em conjunto com os centros acadêmicos da Escola de Comunicações e Artes e dos cursos de História e Letras da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas.

No documento, pede-se ao poder judiciário que a denúncia não seja aceita. “Queremos que o caso seja arquivado, por ser um absurdo”, justifica Serrano. O DCE encara a denúncia como uma movimentação política, e usa o abaixo-assinado como uma resposta de mesmo teor. “Até por ser na internet, não tem reconhecimento legal, mas serve como articulação política”, completa o presidente.

O desembargador que recebeu o movimento estudantil no ato se comprometeu, oficialmente, a repassar o abaixo-assinado ao juiz que irá decidir se o Ministério Público dará continuidade ao processo ou não.

Histórico

A denúncia se refere à invasão da reitoria em meio à greve estudantil de 2011, que reivindicava, entre outras coisas, o fim do convênio assinado por João Grandino Rodas com a PM e a democratização da Universidade. Em 8 de novembro daquele ano, centenas de policiais militares entraram na Cidade Universitária e executaram a reintegração de posse, seguindo ordens judiciais. Desde então, o ME tem lutado pela não criminalização dos que estavam na reitoria. As acusações de Passarelli podem resultar numa pena de até 6 anos de prisão. Os 72 ainda sofreram processos administrativos pela USP.