Grupo mantém vivo o chorinho na ECA

O choro, ou popularmente chorinho, é um dos estilos mais tradicionais da música brasileira. Estudiosos apontam seu nascimento em meados do século XIX, no Rio de Janeiro, sendo considerado uma das primeiras manifestações da cultura urbana do país. Apesar de não existir uma estrutura rítmica definida, o estilo é facilmente reconhecido pela desenvoltura com que é executado, destacando-se o virtuosismo e a capacidade de improvisação dos músicos. O choro passou por grandes momentos de popularidade e até hoje influencia os jovens músicos do Brasil, como o Grupo João de Barro.

A história do conjunto começa na roda de choro da ECA, tradicional evento que ocorre quase todas as terças feiras há mais de três anos. Formada majoritariamente por alunos do curso de Música da própria faculdade, a roda foi crescendo de público e agregando novos músicos e referências. São tantos músicos e amigos que o grupo consegue manter duas formações, uma de choro tradicional e outra de gafieira.

Da roda de choro surgiu em um primeiro momento um grupo de estudos e práticas do  estilo musical. “O grupo hoje é bem diferente do original, foi entrando gente nova, saindo outros”, comenta André Bachur, bandolinista e um dos líderes da banda.

Formação de choro do João de Barro se apresenta na Casa de Dona Yayá. (Foto: Camila Berto)

O repertório é bem completo, com autores do começo do século XX, como o pianista Ernesto de Nazareth, um dos compositores fundamentais do estilo, passando por nomes mais conhecidos como Pixinguinha, Altamiro Carrilho, Sivuca e Jacob do Bandolim. Suas referências se refletem na própria formação tradicional do grupo, composta por um bandolim, violão de cordas, cavaquinho, flauta, saxofone, acordeom e pandeiro. Para Bachur, o tempo de formação da banda é o que torna sua sonoridade diferente. “Nós tocamos juntos há bastante tempo e cada um aqui trabalha com coisas diferentes, fora desse universo do choro. Uns trabalham com educação, orquestra, coro e canção, jazz”.

O bandolinista acredita que essa confluência de estilos ajudam a criar a sonoridade própria da banda, facilitando também a criação dos arranjos e as próprias apresentações. “Temos uma dinâmica bem natural”, diz. O grupo também possui material próprio, tanto em choro como em outros estilos populares, como o xote. Algumas dessas composições podem ser escutadas gratuitamente em www.grupojoaodebarro.com.br, o site da banda. Os planos de gravação de seu primeiro CD estão próximos de se concretizarem ainda nesse semestre, para suas formações de choro e gafieira.