Laboratórios da USP serão renovados

Com o objetivo de garantir que a atividade didática e prática desenvolvida dentro dos laboratórios da USP acompanhe os avanços tecnológicos das últimas décadas, a Pró-Reitoria de Graduação (PRG) criou o Programa de Renovação de Instrumentos de Laboratórios Didáticos (Renovalab).

O Programa visa disponibilizar recursos para as unidades renovarem os laboratórios existentes através da aquisição de novos instrumentos e tecnologias. Para obter acesso aos recursos, cada unidade poderá desenvolver projetos que deverão ser encaminhados para a Comissão de Graduação, a qual fará a seleção – com base em critérios como relevância, sustentabilidade e foco no aluno – e enviará os selecionados para avaliação da PRG. O orçamento total do Renovalab é de R$ 20 milhões e cada unidade poderá receber no máximo R$ 1 milhão.

“Estamos decidindo qual a melhor maneira de compor nossos projetos, pois a maioria dos nossos laboratórios está carente”, afirma Reinaldo Bazito, coordenador da equipe de projetos do Instituto de Química (IQ). Segundo Bazito, a estrutura física está boa, pois foram efetuadas reformas recentemente, mas há uma deficiência de equipamentos, principalmente os de grande e médio porte. “O nosso orçamento atual atende nossas necessidades de pequeno porte e imediatas. Além disso, o IQ atende alunos de outras unidades, como Farmácia, de modo que essa carência afeta mais”, acrescenta o coordenador.

Para a estudante de Farmácia Luiza Ferreira, são necessários instrumentos novos, como mais microscópios recentes e aparelhos novos de farmacotécnica para testes e compressão de comprimidos. “Muitas vezes usamos instrumentos que nem existem mais no mercado, ou seja, não são aplicados na vida real”. A mestranda do Instituto de Ciências Biomédicas, Luana Melo, acredita que a inciativa do Renovalab seja bastante promissora: “acho que os laboratórios precisam de novos equipamentos sim e, como os pesquisadores são os professores da graduação, acredito que todos os lados serão beneficiados. Mas o que questionamos é: será que essa renda vai ser distribuída de maneira correta?”.

De acordo com o edital do programa as verbas serão liberadas diretamente às Unidades, mediante a apresentação de um cronograma de aplicação financeira. O prazo para a concretização da proposta será de 18 meses a partir da data da liberação da primeira parcela dos recursos. Deverá haver prestação de contas e elaboração de relatórios com documentos comprobatórios.

Na faculdade de Odontologia o caso parece ser mais grave. Um estudante que não quis se identificar atesta que os laboratórios para a graduação tem condições físicas satisfatórias, mas existem problemas relacionados à falta de materiais e equipamentos. “Os alunos são obrigados a comprarem seus próprios materiais, incluindo materiais básicos de proteção individual (luvas, toucas, máscaras, óculos de proteção, aventais). Eu estou no terceiro ano e já gastei aproximadamente R$ 6.600,00 com materiais. E ainda gastarei muito mais”, declara.

Já o estudante do Instituto de Biologia (IB) Bruno Lima elogia os laboratórios de sua faculdade: “os laboratórios do IB estão em boas condições, tanto de equipamentos quanto de acomodações”. Lima só atenta para os equipamentos audiovisuais: “as televisões, nas quais os professores mostram as estruturas, são muito pequenas para salas tão grandes e algumas telas de retroprojetores são pequenas dado o tamanho dos laboratórios”.

O esperado é que o Renovalab revitalize o ensino prático na graduação. Com laboratórios bem equipados e modernos, pretende-se despertar o interesse dos estudantes e engajá-los de maneira mais efetiva no processo de aprendizagem, resultando em uma participação mais efetiva nas atividades de ensino.