Deliberado pelas Centrais Sindicais, o dia 30 agosto foi considerado Dia Nacional de Lutas. O Sintusp (Sindicato dos trabalhadores da USP), que está ligado à Central Sindical Conlutas, organizou suas atividades na região de atuação. Como fala Neli Wada, representante do Sintusp, “hoje é um Dia Nacional de Lutas na USP”. Às sete horas, os portões da Portaria 1 da Cidade Universitária, o principal acesso ao campus foi fechado. Com faixas, cartazes e pneus incendiados, os manifestantes gritaram palavras de ordem contra o reitor, João Grandino Rodas, o governador, Geraldo Alckmin e a presidente, Dilma Rousseff.
Os trabalhadores reivindicam, a nível nacional, o fim do fator previdenciário e a retirada do projeto de lei 4330, que intensifica a terceirização. Na USP, os manifestantes criticam as condições de trabalho, o descaso da reitoria e, também, o estatuto antiquado.
Junto com os estudantes, a manifestação tem um eixo: diretas já na USP e o fim da lista tríplice. Arielli Moreira, do DCE da USP e da Executiva Nacional da Anel, explica que o ato também pode ser chamado de “Dia da Indignação do Brasil e da Universidade”, pois a política econômica do Brasil não favorece os trabalhadores e a “Universidade de São Paulo é a mais antidemocrática do país”.
Dentre as outras reivindicações, os manifestantes são contra a repressão dos movimentos sociais, o genocídio policial da juventude pobre e negra, os privilégios a políticos, juízes e altos funcionários do poder e lutam pela qualidade de transporte público a todos. Eles também alegam que mais de cem famílias da comunidade São Remo serão despejadas de suas casas e a escola Clorinda Dantas será fechada, devido ao processo de reurbanização.
Essa reportagem foi publicada originalmente com o título “Manifestação paralisa P1”