Poli e EACH disputam espaço

O Conselho Universitário aprovou a criação do curso de Engenharia da Computação com ênfase em Sistemas Corporativos no campus da USP Leste no dia 02 de julho. Essa foi a última etapa para a abertura da graduação da Escola Politécnica no campus mais novo da Universidade de São Paulo, que vem sendo planejada desde o ano passado. Serão oferecidas 50 vagas a partir do ano que vem.

A Escola Politécnica será a segunda a marcar presença no Campus da USP Leste. Anteriormente, ele abrigava apenas a Escola de Artes e Ciências Humanas (EACH). Por enquanto, a nova graduação será instalada nas dependências da EACH, que já sofre pelo déficit de salas de aulas para seus próprios cursos, como apontado pelos alunos.

O prédio I1, onde acontecem as disciplinas específicas de cada graduação, está passando por reformas para ampliação que, segundo documento disponível no site da EACH custará R$1.738.000,00. José Saraiva, empreiteiro da obra, explica que oito salas serão construídas nos vãos do primeiro andar do prédio, e que a previsão de entrega é janeiro de 2014. O projeto é de 2010, muito antes da deliberação do Conselho Universitário para a criação do curso de Engenharia da Computação no campus da USP Leste.

Alunos da EACH afirmam que a turma de Engenharia da Computação na USP Leste também será instalada nessas novas salas. Até o fechamento dessa edição, os representantes da Escola Politécnica não retornaram o pedido de entrevista para saber sobre os planos de construção de um prédio próprio naquele Campus.

Além da falta de salas de aulas, outros problemas que são enfrentados pelos alunos da EACH serão compartilhados pelos futuros calouros da Poli. Uma reclamação frequente entre os estudantes, por exemplo, é sobre a qualidade do WiFi no campus. “Eu faço coro às reclamações dos alunos quanto à rede wireless”, comentou o professor Márcio Moretto Ribeiro, de Sistemas de Informação. “Acredito que seja por ter muita gente usando e poucos pontos de acesso. E de fato, com a chegada de mais alunos [os do novo curso], se não houver alguma reforma, o uso pode ficar mais comprometido”.

Ginásio interditado

Enquanto isso, um outro problema de infraestrutura no campus da USP Leste persiste desde abril do ano passado. O ginásio, interditado pela Diretoria da EACH em conjunto com a Superintendência do Espaço Físico da USP (SEF-USP), continua sem poder ser usado pelos alunos e pela comunidade, resultando em grandes perdas para ambos, como a impossibilidade de se praticar alguns esportes e o encerramento de algumas atividades de extensão.

“Na minha área, que é a de atividades físicas adaptadas, nós tivemos que cancelar alguns esportes que não podem ser realizados na área externa e nem na tenda. A tenda é só uma iniciativa para não ficarmos sem nada, mas ela não consegue se equiparar ao ginásio”, lamentou o professor Carlos Monteiro. “A tenda supriu algumas das atividades de extensão que eram realizadas no ginásio, como tudo o que era vinculado a atividades físicas para idosos, o que precisava apenas de um espaço pequeno. Mas os outros esportes, como o gol bol, para deficientes visuais, a tenda não é adequada”, ele completou. “Mas a nossa maior preocupação é quando ele vai retornar. O importante não é nem o que já se perdeu, mas quando poderemos ter o ginásio de volta”, diz Monteiro.

Segundo cronograma disponível no site da EACH, as obras no ginásio deveriam ter começado em março, com o fim das obras previsto para dezembro. Mas não há sinal de reforma no local. A Superintendência de Espaço Físico da USP informou que a licitação para a obra foi vencida pela MKAA Construtora e Incorporações Ltda, que deverá assinar contrato na próxima semana, com o prazo contratual de um ano de obras.

Tenda (à esq.) é utilizada enquanto reformas no Ginásio (à dir.) não começam (Foto de Odhara Rodrigues)