Alternativa para novos empreendedores

O CIETEC (Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia), localizado na Universidade de São Paulo, é uma incubadora de empresas e desde 1997 acompanha o desenvolvimento de projetos pautados no setor de tecnologia. Como incubadora, seu papel é fornecer apoio a empreendimentos nascentes aumentando suas chances de sobreviver no mercado, o que realiza em parceria com profissionais de diferentes segmentos. Em relação à infraestrutura, o centro oferece instalações físicas, recepção, acesso à internet e serviço de telefone a custo acessível.

Como explica o coordenador técnico do centro, José Carlos Lucena, “a seleção de novos projetos ocorre a cada quatro meses, sendo que qualquer empreendedor ou empresa já constituída pode participar do processo seletivo, com a condição de que os projetos inscritos apresentem algum tipo de inovação tecnológica. Também é necessário haver uma definição de mercado, porque quando você fala em inovação a ideia é sim de algo diferente, mas que seja aceito pelo mercado, um produto que consiga vender lá na frente”.

A respeito da questão financeira, ele deixa claro que “o CIETEC não dá recurso algum, pelo contrário, para se incubarem as empresas pagam uma taxa de associação, que varia de acordo com a modalidade em que o projeto se enquadra”. As empresas são acompanhadas em todos os aspectos e podem ter seus contratos de incubação suspensos caso não cumpram com as metas estipuladas para a sua evolução. Uma empresa residente pode permanecer no CIETEC por 36 meses, com possível prorrogação do contrato por mais 12 meses, mas às vezes elas saem antes. “Há casos em que a empresa não avança em um ou dois anos, dessa forma, damos um prazo e se ela continuar assim precisa deixar a incubadora”.

De acordo com o Sebrae, 75% das pequenas e médias empresas fecham as portas nos três primeiros anos, sendo que no CIETEC 70% delas continuam na ativa após esse mesmo período. Para Lucena, o desentendimento entre sócios é uma das razões para um projeto não seguir adiante, principalmente quando alguns detêm o conhecimento e outros, os recursos financeiros.

No geral, as empresas passam metade do tempo que estão incubadas finalizando o desenvolvimento do seu projeto e durante a outra metade se dedicam a entrar no mercado, que às vezes tem restrições em receber um produto diferenciado. “Se terminam o período de incubação com sucesso, elas deixam a incubadora ‘graduadas’, mas essa saída precisa ser planejada, o que em alguns casos demanda uma pós-incubação. Para que isso aconteça é necessário que a empresa se comprometa a estar produzindo, comercializando e, o mais importante, que não deixe de se desenvolver”.

A fim de melhorar a qualidade dos serviços oferecidos, ele não descarta a importância de contratar novos profissionais e admite que a equipe precisou ser reduzida depois que o Sebrae deixou de apoiar financeiramente todas as incubadoras do estado de São Paulo em 2010. “Nós sobrevivemos porque nessa época tínhamos 100 empresas, mas precisamos conter muitas despesas para pelo menos manter o pessoal aqui”.

CIETEC possui, atualmente, 125 empresas incubadas. Foto: Marina Salles