Transporte entre os campi de São Carlos desagrada alunos

O transporte entre os campi I e II da USP São Carlos vem causando problemas na rotina dos universitários. Estudantes que fazem o trajeto diário de um campus a outro relatam atrasos e poucos horários no itinerário dos ônibus que o realizam.

O campus II, inaugurado oficialmente em 2005, está localizado a cerca de 4 km do campus I, que é mais próximo à cidade e tem vizinhança capaz de suprir as necessidades básicas dos alunos, como a sede do Caaso (Centro Acadêmico Armando de Salles Oliveira), o RU (Restaurante Universitário), e a sede da Atlética. Além disso, alguns cursos têm aulas em ambos os espaços e obrigam a realização do trajeto. A USP São Carlos oferece gratuitamente o transporte de ônibus entre os dois, mas, conforme informado pelos alunos, o serviço não atende a demanda.

“Os dois ônibus que fazem o percurso passam muito pouco e a situação piora em horários de pico. Muita gente que precisa ir de um campus a outro acaba perdendo a aula por chegar atrasado”, afirma José Eduardo Passarin, estudante da USP São Carlos. A insatisfação crescente motivou uma carta de reivindicação, assinada pelo Caaso e pelo DCE (Diretório Central dos Estudantes Alexandre Vanuchi Leme) da Universidade. Nela, são denunciadas a precariedade do transporte e a necessidade de melhoria na infraestrutura do campus II.

Há alguns anos, o prefeito do campus afirma que pretende firmar um convênio com a prefeitura de São Carlos quanto ao serviço de transporte, que é de responsabilidade da própria Universidade. Porém, conforme o responsável pela comunicação do Caaso, Sean Kevin Feddersen, “é sabido que o contrato seria feito com a empresa da cidade, a Athenas Paulista”.

Feddersen disse que os alunos não consideram a terceirização uma solução para o problema de transporte. “Preferimos que o serviço continue sendo feito pela USP, pois temos um diálogo melhor com ela do que com a Athenas”, afirmou. De acordo com ele, os estudantes não confiam na empresa de ônibus, que teria “reputação duvidosa, com diversos processos pela má qualidade do serviço e ônibus que ultrapassam o limite de vida útil permitido”, conforme dito na carta do DCE e do Caaso.

“Além disso, criticamos a forma como a USP tenta implementar o convênio, passando por cima dos órgãos colegiados e dos alunos, que já se mostraram contra e entregaram um abaixo-assinado”, declarou Feddersen. Para ele, é preciso que a Universidade prove que os alunos e a mobilidade na cidade serão beneficiados com a parceria. “Existe um departamento de transporte e um instituto de Arquitetura e Urbanismo aqui para fazer um estudo”. Até o fechamento desta edição, a assessoria de imprensa da USP São Carlos não havia respondido as críticas apontadas pela reportagem.

Atrasos de ônibus fazem alunos perder aulas. Foto: divulgação