Alunos criticam ação da PM em ato

Na tarde de terça-feira (15), ao menos 56 pessoas foram detidas em São Paulo durante atos que exigiam melhorias na educação pública. Os manifestantes, que protestavam contra a política de ensino do Governador Gerado Alckmin e a favor da democratização das Universidades, foram truculentamente contidos pela Polícia Militar.

A manifestação, motivada pela data do dia dos professores, também reuniu manifestantes no Rio de Janeiro. Os participantes alegam que a PM oprimiu os atos com uso abusivo de força. “Foi uma quantidade absurda de gás lançado, muitas pessoas passando mal, desmaiando, vomitando e com cortes feios dos estilhaços de bomba”, relata Thais Rabello, estudante detida no protesto. Em São Paulo, esse é o segundo confronto entre policiais e manifestantes após o uso de bala de borracha voltar a ser permitido, no último dia 8. Segundo Amanda Carvalho, estudante da USP e detida, “eles mandaram a gente deitar num canteiro e continuaram jogando as bombas (de gás lacrimogênio). Mandaram ficarmos deitados em cima delas”. Segundo os estudantes, mesmo após obedecerem as exigências dos PMs as ameaças fisicas e verbais continuaram.

O ato teve início no Largo da Batata e partia para o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do estado de São Paulo. Ao chegar na Marginal Pinheiros, próximo a ponte Eusébio Matoso, iniciou-se o conflito entre a Polícia Militar e os manifestantes, com bombas de efeito moral. Após o tumulto, algumas pessoas fugiram para a loja da Tok&Stok. A entrada na loja, segundo Thaís, foi uma tentativa de fugir do gás lacrimogêneo lançado pela PM. “Estávamos sendo prensados pela Tropa de Choque, ali era a única opção de fuga”, argumenta a estudante.

Os manifestantes foram liberados na mesma madrugada, após prestarem depoimento. Não houve nenhuma alegação, já que não foi registrada nenhuma ocorrência. A ação da PM foi fortemente questionada pelos manifestantes presentes no Ato. A Escola de Comunicações e Artes, através de nota assinada por sua diretora, se posicionou contrária às prisões de seus alunos e à ação policial. Para Thaís, trata-se de uma tentativa de desarticular as manifestações, mas declara confiante: “Voltarei para os atos, não conseguiram me tirar da rua e não vão conseguir”.