Cardoso dá valor a ensino e extensão

José Roberto Cardoso é professor titular e atual diretor da Poli-USP. Devido à incompatibilidade de agenda, ele só pôde responder as perguntas via e-mail.

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Continuidade e rupturas
“De forma alguma acho a gestão Rodas fechada. Tivemos diálogos importantes que levaram a decisões relevantes para a USP, como a transferência do curso de Engenharia de Petróleo para Santos. No entanto, com aproximação da agenda eleitoral, a comunicação foi rompida, o que é um retrocesso.
O que se nota é que os outros dois objetivos maiores, o ensino e a cultura e extensão, não tiveram o mesmo tratamento. Investimentos destinados a eles foram muito aquém das necessidades que uma boa graduação exige. Por falta de diálogo, várias cooperações internas não foram estabelecidas.
Nossas propostas contemplam eliminar este desequilíbrio e promover um forte diálogo entre as Pró-Reitorias. Em face de seu abandono, o ensino de graduação, considerado por muitos o patinho feio da Universidade, será recuperado e levado ao nível de qualidade exigido para uma universidade que pretende se equiparar às de classe mundial.”

Modelo de eleição
“Não vejo o processo atual como antidemocrático, pois todas as categorias estão representadas no colégio eleitoral. No entanto, todo processo democrático pode ser evoluído e é o que foi feito na última reunião do Conselho Universitário. A eleição em um único turno, o estabelecimento de chapas e o afastamento do cargo do candidato com posições executivas foram um grande avanço.”

Terceirização e cursos pagos
“Quanto à terceirização, precisamos fazê-la com competência e segurança para evitar os incômodos que vimos acontecer recentemente. Quanto aos cursos pagos, a USP tem pela constituição o dever de fornecer cursos de graduação e pós-graduação. Já cursos profissionais, como de especialização e atualização, não achamos correto sua gratuidade, pois visam dar qualificação pontual, de aplicação imediata no mercado de trabalho, sem implicações acadêmicas.”

EACH
“Os problemas de infraestrutura da EACH não são diferentes daqueles enfrentados por todas as unidades. Ela está com problemas ambientais, os quais devem ser resolvidos para dar tranquilidade à comunidade e às novas unidades que ali se instalarão. Afirmamos nosso desejo de consolidar aquela unidade, que foi concebida com intenções nobres e apresenta corpo docente altamente qualificado. Daremos à EACH a importância devida, não só para resolver seus problemas ambientais, como também do ginásio de esportes que há muito espera por uma solução.”

Segurança
“Em minha opinião a segurança do campus está resolvida. A Superintendência de Segurança tem realizado um excelente trabalho e a nova iluminação do campus veio completar os requisitos de proteção que precisávamos.”

Obras
“Quanto aos novos prédios não há o que dizer, a não ser terminá-los e usá-los para o que foram construídos, evitando prejuízos à Universidade.
O avanço da Universidade não se dá apenas com a construção de prédios. Precisamos identificar o novo perfil do profissional que titulamos. Um aluno da USP precisa ser formado de modo a vê-lo líder e partícipe intelectual das realizações e não um mero operacional. Para isso dedicaremos toda a nossa energia.”

Gestão de recursos
“Precisamos estabelecer um planejamento cuidadoso com os recursos disponíveis. Não podemos deixá-los sob a responsabilidade de poucos. O orçamento deve ser centrado na atividade principal da instituição, que é a melhoria das condições de ensino, sobretudo de graduação e promoção do avanço do conhecimento em apoio à sociedade.”