Coleções ganham prédio no Instituto Butantan

O novo prédio das coleções zoológicas do Instituto Butantan foi inaugurado no mês passado no lugar onde, em maio de 2010, aconteceu um incêndio que causou a perda de cerca de 80% da coleção de répteis da instituição. Uma das salas da nova construção foi feita para abrigar um laboratório para extração de DNA, que será equipado por meio de verbas de projetos do LECZ (Laboratório Especial de Coleções Zoológicas). Alguns equipamentos já foram adquiridos para que os trabalhos de biologia molecular sejam iniciados em breve.

Conforme a diretora da Divisão Científica (DDC) do Instituto, Yara Cury, ainda não se confirmou quanto do acervo foi perdido com o incêndio, pois o material remanescente ficou armazenado em um galpão até então. Yara diz que ele está sendo transferido para as salas do novo prédio de coleções, onde serão iniciados os trabalhos de conferência e catalogação, para que as perdas sejam estimadas. Depois disso, haverá o processo de reorganização das peças, que ficarão disponíveis para estudos.

Além do material resgatado do prédio incendiado, o acervo contará também com novas aquisições. A diretora explica que existe um aporte significativo de material que advém de coletas de pesquisadores do LECZ e seus colaboradores. Mas a população também contribui com as peças, por meio da recepção de animais do Instituto Butantan, das prefeituras e do Ibama. Conforme Yara, depois que ocorreu o incêndio, o Instituto recebeu ofertas de doações e permutas de uma série de instituições de pesquisa.

Estrutura

O novo prédio apresenta um sistema de segurança pensado especificamente para prevenir incidentes como o de 2010. A diretora conta que as salas onde as coleções são mantidas possuem portas com corta-fogo e um sistema de alarme contra incêndio foi instalado, com sensores em todas as salas e corredores do prédio. “Cada uma das salas que abriga as coleções conta com um cilindro de gás FM 200, que absorve o calor e reduz o fogo em até 10 segundos”, ela acrescenta. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, a edificação do prédio custou 5,5 milhões de reais.

A construção possui dois andares, e a área onde ficam as coleções, que é dissociada da área de pesquisas, apresenta sete salas. Uma sala foi destinada para a coleção Entomológica, uma outra para a Acarológica, duas para as coleções de Arachnida e Myriapoda e três para a coleção de répteis. De acordo com a diretora da DDC, o espaço em que as coleções são mantidas foi construído de forma modular, que “permite que, no futuro, sejam construídos módulos adicionais para acomodar o crescimento do acervo”.

Conforme o que foi estimado até o momento, a coleção de répteis foi a mais atingida pelo incêndio. Yara diz que as peças de Arachnida e Myriapoda sofreram uma perda de aproximadamente w40%, mas explica, “isso é uma estimativa visual sem nenhum tipo de dado concreto”. Contudo, as coleções de ácaros e insetos não sofreram danos com o incêndio, visto que eram mantidas em um prédio diferente, onde ficava o Laboratório de Parasitologia.

Espécies de insetos protegidas nas novas instalações do Instituto