Estudantes da EACH pressionam para Leite sair

A falta de abertura ao diálogo por parte da direção interina motivou os alunos em greve da Escola de Artes, Ciências e Humanidades a ocuparem, na última quarta-feira, 2 de outubro, a diretoria da unidade. Os estudantes também querem que o diretor interino, Edson Leite, renuncie.
De acordo com nota da Comissão de Comunicação da Ocupação, nesse dia, os estudantes deliberaram um ato na diretoria para exigir que Edson Leite ouvisse a reivindicação das três categorias que exigem seu afastamento. Após o diretor informar que não conversaria com os estudantes, foi decidido ocupar a diretoria. Conforme a nota divulgada, o cenário na ocupação está tranquilo, sem nenhuma ocorrência e sem data para término.

Andamento da Greve
Em greve desde 10 de setembro, alunos, professores e funcionários reivindicam que seja feita a retirada da terra contaminada, exigência feita também pela Cetesb, cujo prazo já expirou, e também que Edson Leite, vice-diretor e agora diretor interino devido ao pedido de licença de José Boueri, renuncie, cumprindo a determinação da Congregação da EACH, que determinou seu afastamento.
A situação entre a comunidade e Leite é, segundo a professora Adriana Tufaile, bem ruim, pois ele se nega a dialogar. “Ele tentou convocar um conselho para ajudá-lo a dirigir a EACH, mas convocou representantes de categorias da congregação à revelia e estes recusaram participar deste conselho”. De acordo com a docente, Leite declarou que não vai renunciar e quer tentar uma solução mais honrosa. Contudo, “a avaliação do movimento grevista é que o mais honroso seria sua renúncia”, comenta Adriana.
Sobre a questão do despejo ilegal de terra contaminada, em reunião aberta na EACH, o superintendente da SEF (Superintendência do Espaço Físico), Antonio Massola, afirmou que pesquisas feitas pela Servmar, empresa contratada para realizar o refinamento da área, mostram que três mil metros cúbicos de terra estão contaminados. Contudo, o procedimento será repetido, agora com um refinamento maior, para determinar a quantidade a ser retirada, o que deve demorar por volta de seis meses. Massola diz que cada metro cúbico custará cerca de mil reais para ser retirado, transportado e tratado.
O calendário do movimento continua, mesmo com o início da greve de estudantes da USP. Para Reginaldo Noveli, aluno da EACH, não há como separar as greves. “Diretas já é nossa pauta, não tem como desconciliar um ato do outro. Só que manteremos atos aqui, porque acontecem aqui fatos que devem ser observados”.