Agentes divergem sobre problemas da GU

Profissional da Guarda e superintendente de Segurança rebatem críticas sobre as questões estruturais da instituição

A Guarda Universitária fez sua primeira paralisação no dia 26 de setembro. A interrupção dos trabalhos ocorreu em protesto contra a quase demolição da base de apoio dos guardas, localizada no prédio da prefeitura do campus, devido a uma reforma que ocorria ao lado sem a devida realocação dos profissionais.
Na edição passada, o JC publicou matéria apresentando a insatisfação de alguns profissionais anônimos da Guarda com a atual situação. Entretanto, mesmo reconhecendo que as condições da base não são ideais, outros profissionais, como o agente Weliano Pires, não concordam com todas as denúncias contidas na matéria.
“Foi dito pelos guardas anônimos que dispomos apenas de dois chuveiros, mas esta não é toda a verdade. Nós realmente temos 85 pessoas, mas divididas em três turnos: manhã, tarde e noite. A Central de Operações também dispõe de um vestiário à parte”, informa Weliano. Além disso, segundo o agente, as dificuldades na estrutura física advêm do fato de a base da Guarda Universitária continuar situada na prefeitura, apesar de fazer parte da Reitoria e ainda não ter sido realocada.
O superintendente de Segurança, Luiz Castro Junior, também refuta as acusações e justifica que a adequação do espaço físico está ocorrendo gradualmente. “Parte da administração já foi mudada e aguardamos a desocupação de outra parte das instalações para finalizarmos com a vinda completa da administração e dependências operacionais”, ressalta.
Quanto à crítica de que as estatísticas de violência caíram porque a Guarda não mais registra ocorrências e de que só a PM pode elaborar os boletins, os profissionais que discordam têm outra versão sobre o assunto. “A PM entra como apoio e só é chamada quando há crime. Em casos menores, que não envolvam ação criminosa, é a Guarda Universitária que relata a ocorrência e dá todo apoio”, enfatiza. “Dizer que a USP perdeu segurança depois do convênio com a PM é negar a realidade”, completa. O superintendente Luiz Castro também reafirma o ponto do agente, afirmando que “a Guarda Universitária nunca atendeu ocorrências policiais, pois não detemos o poder pleno de polícia, nem o preparo para tais ações”.
Weliano, no entanto, diz concordar parcialmente com a insatisfação dos guardas em relação ao ponto facultativo, que é concedido a todos os funcionários da USP, com exceção da Guarda Universitária. Entretanto, discorda da crítica de que o planejamento das escalas seja realizado por pessoas que não têm contato com a equipe. “É verdade que a nossa escala de trabalho tem que ser diferenciada, uma vez que o nosso trabalho não pode parar. Eles só não têm razão quando dizem que a escala é feita por alguém que não tem nenhum contato com a equipe. A escala de serviço é feita pelos respectivos líderes de equipe”, pontua Weliano.
Segundo Luiz Castro, “as escalas operacionais dos agentes são elaboradas pelos líderes de turno, por solicitação dos próprios agentes, porém todas as necessidades operacionais devem ser contempladas, sendo observadas as jornadas de trabalho e folgas conforme a legislação vigente”.
Outra crítica rebatida por Luiz Castro é de que os agentes não recebem uniformes novos há meses, além de que haveria dificuldades burocráticas em obter autorização para serviços básicos em relação às viaturas. “A Superintendência está passando por um processo de reformulação, que inclui também os uniformes. Foram lançados no sistema de compras as novas peças para inclusão no processo devido de licitação, que esperamos concluir ainda neste trimestre. Algumas rotinas em relação à frota de veículos foram alteradas. No caso de avaria em veículos, por exemplo, há a substituição imediata por parte da locadora”, afirma.