Bienal de Arquitetura expõe fragilidades de SP

A décima edição da Bienal de Arquitetura de São Paulo ocorre na cidade entre os dias 12 de outubro e 1 de dezembro. Com o tema Cidade: modos de fazer, modos de usar, o evento, realizado há 40 anos pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), procura refletir a respeito da ocupação do espaço urbano de São Paulo e trazer essa experiência a quem visita os estandes.

De acordo com a assessora do evento, Melissa de Castro, “a escolha dos locais que compõem a rede segue dois critérios básicos. Um deles é a qualidade dos espaços na relação entre arquitetura, uso e sua acessibilidade por meio da articulação ao sistema de transporte público. É possível visitar toda a Bienal, com ponto de início em um conjunto que tem o metrô como ‘espinha dorsal’”.

As exposições se concentram em pontos específicos como o Sesc Pompeia, a praça Victor Civita, a Praça das Artes, o Masp, a estação Paraíso, o Centro Universitário Maria Antônia, o Centro Cultural São Paulo e a Associação Parque Minhocão. As modalidades de exposição variam desde os diferentes tipos de moradia até as maneiras de modernidade arquitetônica do país, tendo como exemplo máximo a construção de Brasília. Também pode-se conferir uma série de imagens obtidas na cidade de São Paulo ao longo de 84 anos, período de radical mudança do ambiente urbano.

Apesar de presente em vários pontos da cidade, é no Centro Cultural São Paulo que o evento concentra sua base principal, com uma série de pesquisas e exposições produzidas especialmente para a Bienal. Entre os estudos realizados, estão Brasil: o espetáculo do crescimento, que analisa as regiões que mais cresceram economicamente no país e as obras de infraestrutura que acompanharam o processo. Além disso, a pesquisa Carrópolis investiga as transformações sofridas na cidade a partir do momento em que o uso do carro se tornou prioridade e passou a ser onipresente nos espaços – em especial na capital paulista. Além disso, o Centro Cultural também abriga exposições que analisam a infraestrutura de cidades da China e dos EUA, como Detroit, antiga capital mundial da indústria automobilística que sofreu um declínio ao longo do último século.

A X Bienal traz também a questão da mobilidade urbana e da infraestrutura considerada precária pelo IAB. De acordo com o Instituto, o objetivo desta edição é retomar a participação da arquitetura na produção do espaço brasileiro e viabilizar sua contribuição para a solução dos problemas que a sociedade enfrenta. “A arquitetura é um elemento de viabilização da qualidade de vida. Esta Bienal procura realizar um processo de qualificação da construção de nossas cidades a partir do enfrentamento crítico dos problemas”, ressalta a assessora.