Carta ao leitor

Da Redação

Em 1980, o primeiro número Jornal do Campus, no formato standard, foi distribuído ao seu público. Desde então, a publicação construiu sua credibilidade moldando-se a um padrão gráfico e jornalístico há muito consolidado. Adotado pelos principais veículos de circulação nacional até hoje, esse formato ainda é tido como um modelo a ser seguido. 

Os hábitos de quem lê, em contraste, mudaram consideravelmente. É preciso compreender que temos menos tempo para dedicar à leitura de notícias. Justamente por isso, é preciso que um jornal prenda o interesse. Além disso, um jornal não é feito só de papel. Infográficos, conteúdo audiovisual e mídias sociais também representam parte do material jornalístico.

No último número (416), a proximidade das eleições para reitor permitiu experimentar uma nova proposta. Intitulada “USP nas mãos de quem?”, a edição especial trouxe um panorama da gestão do atual reitor, João Grandino Rodas, acompanhado das expectativas da comunidade universitária em relação à próxima gestão. Além disso, foram apresentados os perfis dos candidatos ao cargo.

A edição passada, além da inovação do formato, agregou valor ao noticiário do Jornal do Campus porque disponibilizou as entrevistas com os reitoráveis em forma de vídeo no site. Desta maneira, o jornal foi além do papel, proporcionando maior interatividade e utilizando outras possibilidades de mídia.

Devido à grande aceitação por parte dos leitores, decidimos pela manuntenção do formato tabloide. Menor, mais compacto e mais agradável de ler, é uma alternativa que garante maior interesse ao leitor. A ideia é se adaptar ao cotidiano de quem frequenta o campus. O tamanho garante conforto para quem passa boa parte de seu tempo no tranporte público e não tem muito tempo para ler, pois o manuseio é facilitado. A mudança gráfica foi acompanhada de uma adaptação editorial, mas não modificou a forma combativa e imparcial que caracterizam as matérias do JC desde seu início na década de 80. Garantir uma leitura mais dinâmica e interessante para quem frequenta o campus não depende somente do texto. O aspecto gráfico pode também proporcionar melhor compreensão e reflexão.

Após 14 anos de sua fundação, este número marca um outro capítulo na história do Jornal do Campus. Em seu novo formato, queremos continuar sua missão em levar ao leitor bom jornalismo, alinhado a defesa intransigente da democracia e do ensino público e gratuito de qualidade. Se é verdade que o futuro do jornal é incerto, o do jornalismo não o pode acompanhar.