Corrida de Rolimã chega a sua 55ª edição

Para organizador da competição semestral de carrinhos da Poli, a corrida é experiência útil, além de divertida

O Grande Prêmio de Carrinhos de Rolimã da Poli teve sua 55a edição no último sábado, dia 2, na Rua do Matão. Com o objetivo de aplicar conceitos de engenharia e aerodinâmica, além de trazer a oportunidade de diversão aos competidores, o evento existe há 27 anos e é semestral – a primeira edição do ano acontece em junho e a segunda em novembro. Há prêmios nas diversas categorias da competição, que são a geral, a feminina, a de alegoria, a de revelação, a de equipe, a infantil e a de projeto. Para a categoria geral, o vencedor dessa edição foi Andre Matias.

Conforme apontado pelo presidente do Centro Acadêmico Mecânica e Mecatrônica, Renato Jácomo, o CAM “foi sempre o único organizador do evento”. Para ajudar os competidores a construírem seus carrinhos, o centro acadêmico realiza anualmente duas oficinas. A primeira “é voltada para estudantes de engenharia que desejam participar da corrida” e “com o pagamento de uma inscrição, aqueles que optam por essa ajuda recebem a madeira para montar a base e tubos para fazer os eixos, além de poder utilizar a oficina do prédio”. A segunda é um projeto em parceria com a Poli cidadã e é voltada para as crianças da comunidade São Remo. “Os carrinhos montados por elas, com o auxílio de monitores, ficam expostos no prédio até o dia da competição, quando as crianças descem na bateria infantil”.

Leonardo Monteiro já competiu uma vez na Corrida e ajudou a organizar várias edições, inclusive essa. “O evento começa com a inspeção técnica. Nós vemos se o competidor está com o nosso rolamento e se o tamanho e o peso estão certos. Ele tem que construir o carrinho, nós só damos restrições técnicas. Logo depois, todo mundo tem o direito de subir até a largada, no começo da Rua do Matão, e descer para reconhecer a pista. Após o reconhecimento, formamos baterias de acordo com o número de competidores, e descem por volta de 10 a 15 competidores por bateria. Nessa etapa classificatória, o competidor desce uma vez, depois inverte o grid – quem foi o último na largada vira o primeiro – e ele desce de novo. Todo mundo passa para as oitavas de final. Das oitavas, passam uns 75 competidores para as quartas, das quartas passam 45 pra semifinal, da semi passam 15 pra final, e essa final vale tudo. Então, mesmo o pior de todos consegue descer muitas vezes”.
Monteiro ressalta que a competição não é só para alunos da Poli, mas para qualquer um que queira. Sobre as especificações dos carrinhos, ele explica que “nós damos as dimensões máximas do carrinho, o peso e quatro rolamentos no ato da inscrição, iguais para todo mundo”. Segundo ele, o rolamento tem de ser igual para ser uma competição mais justa, já que alguns são mais caros do que outros. Quem fornece os rolamentos é o patrocinador master do evento, segundo Renato Jácomo. Atualmente, a parceira é a NSK. “Consegue-se otimizar os carrinhos por outros fatores, como carrinhos menores do que outros e gente que pilota super bem”, diz Monteiro.

Palavra dos pilotos

Mariane Lee, estudante da Escola Politécnica, participou do evento em 2012. A experiência, para ela, foi proveitosa. “Eu acabei competindo a maior parte das baterias da categoria geral, além da feminina. Não preciso nem dizer que não ganhamos a corrida, acredito que ficamos em 89° lugar, mas esse não era o mais importante. Vimos todo o tipo de carrinhos, desde aqueles que alguns andavam na infância até outros com sistemas de amortecimento, e sem esquecer dos famosos carros alegóricos!” Avaliando a experiência, a corredora encoraja a participação de todos: “esta é uma experiência única que todos deveriam ter pelo menos uma vez. Para alguns a corrida é uma lembrança da infância, para outros é uma reunião com os amigos de longa data.”

Como competidor e organizador de tantos anos, Monteiro resume o aprendizado proporcionado pela Grande Prêmio de Carrinhos de Rolimã como uma experiência, além de divertida, útil: “Acho que o que a gente mais aprende aqui é conseguir se adaptar à vida real. A engenharia não é das exatas, é das incertezas. A gente consegue controlar os erros das coisas que a gente constrói. Os próprios competidores constroem os carrinhos e, na habilidade, quem consegue se adaptar melhor e consertar qualquer tipo de defeito é o que ganha a competição. Acho que essa é a melhor lição que a gente pode ter. Fora a diversão!”

 Há premiação nas diversas categorias do GP de Rolimã da Poli: geral, feminina, de alegoria, de revelação , de equipe, infantil e de projeto
Há premiação nas diversas categorias do GP de Rolimã da Poli: geral, feminina, de alegoria, de revelação , de equipe, infantil e de projeto