Orçamento do Cepeusp não comporta reformas estruturais

O Centro de Práticas Esportivas da USP (Cepeusp) foi construído nos anos 60, para servir de Vila Olímpica para os Jogos Panamericanos de 1963. É um dos centros esportivos que mais abrangem modalidades no país, tanto que é utilizado por clubes da região como sede de treinamentos, caso do Pinheiros, que usa a Raia Olímpica para seus atletas de remo e canoagem. Porém, frequentadores do complexo reclamam de algumas estruturas, principalmente aquelas voltadas para modalidades coletivas.
Roseli Bernardo, chefe-técnico de divisão administrativa do Cepeusp, disse que “o orçamento que a reitoria destinou a nós, esse ano, foi de R$ 837.241,93”. Além disso, Bernardo afirma que “a estrutura do Cepe, por meio de cursos, exames médicos, carteirinhas, aluguel do espaço para eventos, entre outros, rende R$ 1.157.703,84”. “Ambos os valores são gastos com manutenção geral do Cepeusp, compra de equipamentos e maquinários para as seções e salas de aulas, materiais de consumo, e eventos esportivos, sobrando muito pouco para fazer grandes reformas”, completou.
As verbas para essas reformas, de acordo com Bernardo, “vêm do programa olímpico da universidade”. Ela se refere a “A USP nos Jogos Olímpicos e Jogos Paraolímpicos 2016 – Programa de Incentivo e Suporte Técnico-Esportivo”, lançado em 2010. Desde o seu lançamento, o Cepe recebeu, segundo Bernardo, através da Lei de Incentivo ao Esporte, “aproximadamente R$ 2,5 milhões, os quais estão sendo gastos em grandes reformas, como é caso da pista de atletismo e da rampa da Raia”. “Essa verba ainda não foi totalmente gasta, pois algumas obras estão paradas, como as do Velódromo e da cobertura da piscina, porque são tombadas pelo governo”, concluiu. O tombamento de obras impede, por lei, que a estrutura delas seja alterada ou demolida, com intuito de preservá-las como patrimônio histórico.
Com relação às reformas das estruturas que abrigam modalidades individuais, Stela Faustino, presidente da Liga Atlética Acadêmica da Universidade de São Paulo (Laausp), afirma que “é de interesse das atléticas que representamos termos boas estruturas para os esportes individuais, pois, geralmente, são bem mais complicados de conseguir atletas que treinam regularmente do que os coletivos, então precisam de uma atenção extra”. Contudo, para Faustino, esse investimento na estrutura tem que vir alinhado ao investimento em materiais. “Principalmente no caso do atletismo, muitos materiais do Cepe estão com condições ruins e precisam ser trocados, fora que precisam de local melhor para armazenamento”, explicou.
Quanto às estruturas de modalidades coletivas, Faustino diz que “os módulos e as quadras externas precisam urgentemente de reforma”. Ela afirmou que a Laausp enviou um relatório à diretoria do Cepe, no qual era estabelecida uma série de prioridades para as reformas dentro do complexo. “Dentre essas prioridades, estão melhorias nos módulos e nas quadras externas, na iluminação dos campos de futebol e a construção da gaiola para os times de beisebol, principais demandas das Atléticas da USP”, concluiu.