Mesmo limitada, obra beneficiará nadadores

Tombamento impede reformas na fachada das piscinas, mas aquecimento basta para melhorar condições dos treinos.

Os frequentadores das piscinas do Cepe terão novidades pela frente: a diretoria do centro de práticas esportivas confirmou que as reformas do complexo aquático estão em andamento. Apesar de não haver uma previsão para a conclusão das obras, o projeto que prevê aquecimento da piscina de 50 metros de comprimento e do tanque de 5 metros de profundidade já está em fase de cotação.

No entanto, um “tombamento inusitado”, nas palavras da professora Carolina Magalhães, assistente de direção do Cepe, é responsável pelo engavetamento de uma proposta que previa a criação de uma nova piscina com cobertura. Como o Instituto Butantã, que fica localizado no campus, é tombado desde 1981 pelo Patrimônio Histórico, e o complexo aquático da USP fica no raio de pelo menos 300 metros do centro de pesquisa biomédica, é proibida qualquer alteração na fachada das piscinas existentes no complexo.

A assistente de direção comenta que, além da questão de impossibilidade de alteração aparente das estruturas, os altos custos exigidos por reformas mais ousadas também travaram os planos iniciais da diretoria, limitando, assim, a reforma. “As piscinas têm um recuo grande ali atrás [das piscinas já existentes]. Historicamente, sempre houve a ideia de construir uma outra piscina com cobertura e aquecimento. Começamos a estudar um pouco melhor e, só pelos custos, nos assustamos com o valor apontado em nossos estudos”, disse Carolina Magalhães.

Piscina de 50 metros de comprimento e tanque de cinco metros de
profundidade ganharão aquecimento com novo projeto de reforma

Para os atletas, entretanto, tal entrave nas obras não terá grandes influências. É isso que garante Fernando Seiryo Kuteken, aluno do segundo ano e nadador da Escola Politécnica. Ele, frequentador assíduo do Cepe e campeão brasileiro em 2010, garante que a não instalação de coberturas pode, inclusive, ser benéfica aos usuários das piscinas. “Se houver aquecimento, não há necessidade de cobertura, tanto que o sol ajuda em muito o aquecimento natural da piscina”, explicou.

Kuteken também conta que o grande problema das piscinas são as baixas temperaturas da água, o que, com o atual projeto de reforma, será solucionado. “Quando chega em meados de abril, a equipe da Poli aluga um espaço em uma academia próxima à USP, e só retornamos ao Cepe em outubro, porque o frio da temporada da piscina impossibilita os treinamentos”, disse o atleta, fazendo referência aos períodos de outono e inverno. “Se tiver aquecimento nas piscinas, a gente não precisaria alugar esse espaço, o que seria muito bom”.