Bandejão mantém apenas um posto de recarga

Grandes filas são problema recorrente no horário das refeições (Foto: Lara Deus)
Grandes filas são problema recorrente no horário das refeições (Foto: Lara Deus)

No início do semestre, a demanda por créditos no cartão dos bandejões da USP — RUCard — cresce, bem como a fila do posto de recarga. As três cabines localizadas ao lado do Restaurante Central atendem a todos os alunos que frequentam o campus Butantã e que nem sempre estão por perto. E não há planos para construir mais destes pontos de venda, segundo a Superintendência de Assistência Social (SAS), antigo Coseas. A justificativa dada pelo órgão é a falta de segurança a que os funcionários da área poderiam estar expostos.

Até 2002, os tíquetes eram vendidos também nos restaurantes da Física e das Químicas, mas por conta da recorrência de assaltos eles foram fechados. Assim, o que acontece nos dias de hoje é que, principalmente nos meses com mais alunos em aula, as filas se estendem ao longo do corredor que divide os blocos do Crusp.
A construção de novos postos beneficiaria principalmente quem estuda em unidades distantes da região. Marina Chiari, estudante de Odontologia, conta que a missão ficou mais difícil depois que o sistema virtual de créditos se tornou exclusivo. “Depois que tiraram o tíquete, a fila aumentou porque todo mundo tem que recarregar o cartão, e não dá para comprar tíquete para amigos ou das pessoas que ficavam vendendo nos outros bandejões”, explica. A indicação da SAS é que os alunos evitem os horários de almoço e de jantar para fazer suas recargas. Atualmente, o posto de venda funciona das 7 às 20 horas.

Proposta negada

Em meio à greve de outubro de 2013, a Reitoria assinou um termo de acordo que incluía a construção de mais dois postos de recarga do RUCard, nos bandejões das Químicas e da Física. A implantação ocorreria já para o ano de 2014, mas a condição era que os estudantes desocupassem o prédio da Administração Central. Entretanto, uma votação da Assembleia Geral decidiu por continuar a greve e a ocupação.
Gabriel Lindenbach, membro da gestão passada do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e estudante de Geografia, ressalta “embora a Universidade tenha ‘oferecido’, entre outras coisas, a Construção dos Postos de Recarga, Reforma dos Bloco K e L para Moradia Estudantil, aumento das Bolsas Estudantis de acordo com a inflação, hoje percebemos que seria impossível que concretizassem essas promessas”. Ele ainda atribui esta impossibilidade ao corte de gastos realizado no início deste ano. Os Restaurantes Universitários não tiveram redução percentual de orçamento, quando comparado à verba destinada em 2013 e a quantia bruta destinada a eles aumentou em cerca de dois milhões de reais.