Força Tarefa propõe novo modelo de matrícula

A Força Tarefa das Matrículas da Faculdade de Direito (FD) levará a proposta de um novo modelo de matrícula à Comissão de Graduação (CG) da unidade no dia 27 deste mês. O grupo tem se articulado desde o fim da greve do ano passado para propor um sistema com maior liberdade para os discentes.

O pedido de mudanças no processo das matrículas foi uma das principais pautas da greve dos estudantes da São Francisco no ano passado. No entanto, a situação regrediu desde então. “A partir dessa greve, a Comissão de Graduação criou um modelo rígido de matrículas”, afirma Matheus Falcão, da Representação Discente.

Esse sistema, que é conhecido como “modelo de salas”, organiza os alunos a partir de salas ideais, estabelecidas no momento do ingresso dos alunos de cada período de acordo com a ordem alfabética. “Pelo sistema atual, você fica preso nessa turma até o fim da sua graduação”, afirma Falcão.
A Força Tarefa vê a liberdade de escolha nas matrículas como uma forma de compensar os problemas da atual grade do curso. Entre os apontados, o principal está no excesso de disciplinas obrigatórias. “Pela estrutura curricular atual, você não consegue nem aproveitar as matérias nas quais você está matriculado nem estudar aquilo que é optativo”, afirma Luiz Pimenta, do Centro de Análise e Pesquisa em Educação Jurídica (CapeJur). O estudante aponta como problema a alta carga de leituras e de trabalhos de cada semestre. “A mudança seria uma ‘válvula de escape’ da pressão criada pela grade”.
Os estudantes alegam que, nesse contexto, a pesquisa e a extensão universitária também são prejudicadas. Alguns alunos, segundo Falcão, também não conseguem participar de certas atividades de extensão por conflito de horários.
Considerando tais questões, a Força Tarefa analisou dados de espaço físico e de horários das aulas para pensar o novo modelo de matrículas. A proposta se apoia em três itens principais: blocos de horários, turmas livres e média normalizada como critério de desempate de vagas.
O primeiro define que todas as aulas de uma mesma disciplina seriam lecionadas em um mesmo horário. A intenção é impedir a colisão de horários, permitindo a livre escolha de turmas de acordo com os interesses dos alunos. Por fim, a média normalizada seria o critério de seleção das turmas caso estas apresentem maior procura que o número de vagas. Ela é baseada em um cálculo que prevê as diferenças de avaliação entre os docentes, as quais influenciariam nas notas.
“Só que o Júpiter não contempla essa média normalizada, então a gente teria que criar um sistema virtual só para ele”, declara Falcão. Os estudantes reconhecem que a proposta apresenta também outros desafios, como a opinião contrária já conhecida de alguns docentes a certos itens, mesmo antes de a proposta ter sido apresentada.
Mesmo desconhecendo a atuação da Força Tarefa, o professor Heleno Torres, presidente da CG, vê com olhar crítico algumas das reivindicações, que são similares a outras já discutidas. “Admitir que alunos da turma obrigatória ideal possam ser ‘expulsos’ para dar lugar àqueles de maior média, sinceramente, é algo que merece reflexões. Este é um ótimo critério para seleção de alunos para compor turmas das optativas, mas, no caso de obrigatórias, prima facie, soa arbitrário e discriminatório”, afirma o professor. Para ele, o modelo mais justo encontrado até agora é o atual, de vínculo às turmas ideais. O docente afirma que a Comissão é aberta a discussões para mudanças.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
Esse sistema, conhecido como “modelo de salas”, organiza os alunos a partir de salas ideais, estabelecidas no momento do ingresso dos alunos de cada período em salas de acordo com a ordem alfabética. “Pelo sistema atual, você fica preso nessa turma até o fim da sua graduação”, afirma Falcão.
A Força Tarefa vê a liberdade de escolha nas matrículas como uma forma de compensar os problemas da atual grade do curso. Entre os apontados, o principal está no excesso de disciplinas obrigatórias. “Pela estrutura curricular atual, você não consegue nem aproveitar as matérias nas quais você está matriculado nem consegue estudar aquilo que é optativo”, afirma Luiz Pimenta, do CapeJur. O estudante aponta como problema a alta carga de leituras e de trabalhos de cada semestre. “A mudança das matrículas seria uma ‘válvula de escape’ da pressão criada pela grade”.
Os estudantes alegam que, nesse contexto, a pesquisa e a extensão universitária também são prejudicadas. Alguns alunos, de acordo com Falcão, também não conseguem participar de certas atividades de extensão por conflito de horários.
Considerando tais questões, a Força Tarefa analisou dados de espaço físico e de horários das aulas para pensar o novo modelo de matrículas. A proposta se apoia em três itens principais: blocos de horários, turmas livres e média normalizada como critério de desempate de vagas.
O primeiro define que todas as aulas de uma mesma disciplina seriam lecionadas em um mesmo horário. A intenção é impedir a colisão de horários, permitindo a livre escolha de turmas de acordo com os interesses dos alunos. Por fim, a média normalizada seria o critério de seleção das turmas, caso estas apresentem maior procura que o número de vagas. Ela é baseada em um cálculo que prevê as diferenças de avaliação entre os docentes – o que influenciaria nas notas.
“Só que o Júpiter não contempla essa média normalizada, então a gente teria que criar um sistema virtual só para ele”, declara Falcão. O estudante reconhece que a proposta apresenta também outros desafios, como a contrariedade já conhecida de alguns professores a certos itens, mesmo antes de a proposta ser apresentada.
Mesmo desconhecendo a atuação da Força Tarefa, o professor Heleno Torres, presidente da CG, vê com olhar crítico algumas das reivindicações, que são similares a outras já discutidas. “Admitir que alunos da turma obrigatória ideal possam ser ‘expulsos’ para dar lugar àqueles de maior média ponderada, sinceramente, é algo que merece reflexões. Este é um ótimo critério para seleção de alunos para compor turmas das optativas, mas, no caso de obrigatórias, prima facie, soa arbitrário e discriminatório”, afirma o professor. O professor afirma que a Comissão é aberta a discussões para mudanças. No entanto, para ele, o modelo mais justo encontrado até agora é o atual, de vínculo às turmas ideais.