Reforma na Praça mantém exclusivismo

O novo projeto da praça do relógio conserva características que restringem o uso apenas para comunidade

 

Foto: Bruna Rodrigues
Foto: Bruna Rodrigues

A reforma da Praça do Relógio, que deveria ter acabado no final do ano passado, está prestes a ser finalizada. Segundo a Prefeitura da Cidade Universitária, responsável pelas obras locais, o que falta para concluí-la são os acabamentos nos pisos asfaltados e a recomposição da grama afetada pelas obras, que começaram em maio de 2013. Desde então, ela passou por diversas modificações, algo que não ocorria desde 1997, ano em que a Praça, tal qual como é hoje, foi construída.
De acordo com a área de Infraestutura e de Gestão Socioambiental, da Prefeitura do Campus USP da Capital, o projeto realizado para essa nova reforma consistiu no plantio de espécies arbóreas, arbustivas e forrações, num total de 2000 mudas, na reestruturação do piso e passeios, na drenagem. O orçamento total foi de cerca de R$6,3 milhões. A troca dos postes de luz já estava embutida nos gastos de outra obra da PUSP, a implantação de uma nova iluminação pública.
Quando a praça foi projetada, a USP começou com a sua política de se fechar à comunidade durante os finais de semana. Como explica Sílvio Macedo, professor da FAU/USP e um dos arquitetos que projetaram esse local, “isso influenciou muito o programa da Praça, tanto que fomos proibidos de colocar qualquer equipamento de recreação. Quando o projeto saiu, só restava uma coisa: uma praça contemplativa”. Com esse propósito, foram construídas grandes áreas de pisos e gramados, de modo que pudessem ser adaptadas para usos diversos, e alguns bosques com vegetações nativas de São Paulo, como a Mata Atlântica e de Araucárias, por exemplo. Com essas mudanças, as mudas compradas irão reforçar o que já foi plantado há 17 anos.
Outro ponto de grande debate acerca dessas obras realizadas foi a retirada dos bancos que estavam espalhados por toda a extensão desse local. Macedo, que acompanhou esse novo processo explicita que “grande parte dos bancos retirados estavam quebrados ou estragados, e na última gestão, a ideia não foi tirá-los de vez, mas sim trocá-los”.
Nas vias principais foi colocado pavimento intertravado, peças modulares de concreto, e nas secundárias o asfalto. De acordo com o arquiteto, “o asfalto sempre foi usado em praças e parques do mundo todo, pois ele é muito mais resistente e racha menos”.
A drenagem também foi refeita, utilizando-se de canaletas instaladas na lateral das calçadas, principalmente quando esta for plana, além do fato do material utilizado no piso e no passeio da praça ser drenante.

Iluminação

O orçamento total para a troca de toda a iluminação da Cuaso foi de R$ 64,7 milhões e, segundo a Prefeitura da Cidade Universitária, a obra está em fase de finalização, o que implica na retirada dos postes antigos que ainda coexistem com os novos.
Para Macedo, a potência das lâmpadas, em alguns lugares, são mais fracas, mas em geral, no campus, a iluminação melhorou. Sobre as lâmpadas da nova iluminação permanecerem acesas durante o dia, a PUSP esclarece que o novo sistema é provido de telegestão e todas as luminárias são georreferenciadas. Para que elas sejam cadastradas, é necessário mantê-las ligadas. “Este processo está sendo agilizado para evitarmos que as luminárias permaneçam ligadas por um período além do mínimo necessário”.