Cortes dificultam trabalho de campo na FFLCH

André Martin, chefe do departamento, e estudantes discutem os cortes de gastos durante a plenária departamental da Geografia (Foto: Bárbara D’Osualdo)
Uma deliberação da Reitoria disponibilizou na sexta-feira (5) uma verba de R$ 200 mil para excursões didáticas na FFLCH. Esse valor corresponde a 50% da verba prevista para o semestre, perspectiva melhor do que o corte de 90% que havia sido anunciado anteriormente. Com o anúncio, feito nesta segunda-feira(9), do recolhimento dos dois veículos disponíveis para as atividades da unidade e de questões trabalhistas que impediria os motoristas de atuarem em certas atividades, surgiram outros empecilhos para os trabalhos de campo na faculdade.

As novas decisões foram enviadas à diretoria da faculdade. O anúncio principal foi de que a Comissão de Orçamento e Patrimônio para Excursões liberará R$ 200 mil para a unidade. Segundo a aluna Juliana Bonfim, com a demora para a resolução do caso, vários trabalhos de campo já estão atrasados.
No entanto, duas novas decisões da reitoria voltaram a dificultar os trabalhos de campo do semestre. A primeira questão foi a do recolhimento dos veículos. Um ofício do diretor de administração da USP anunciou que os veículos da FFLCH seriam recolhidos em função de terem 80% do tempo sem uso. O assessor do Departamento de Geografia, Orlando Barbosa, nega a validade decisão, uma vez que, segundo ele, um ônibus e um micro-ônibus já não atendem as necessidades da faculdade. “Principalmente agora que cursos que tradicionalmente não ofereciam trabalhos de campo estão oferecendo”. Juliana também estranha a medida. “Há excursões que são feitas por ônibus fretados exatamente porque os outros já estão sendo usados”. Segundo André Martin, chefe do Departamento de Geografia, a necessidade de fretamento de ônibus fará com que as excursões tenham um custo 50% maior.
Outro impasse foi o envio de novos procedimentos de horas extras dos motoristas da USP, que os impediriam de atender muitas das excursões. Segundo essas determinações, eles não poderiam pernoitar ou realizá-las aos fins de semana. “Apenas excursões matinais ou que não sejam feitas com motoristas da faculdade – o que demanda um custo maior – poderiam ocorrer”, afirma Martin. Isso prejudicaria alunos do noturno, que vão a campo aos fins de semana por trabalharem à tarde, e impediria excursões de mais de um dia.
Barbosa se diz insatisfeito com a forma com que as medidas estão sendo tomadas. “São decisões unilaterais, que estão vindo de cima para baixo, como sempre ocorreu na gestão do Rodas”.