Protesto marca centenário de prédio do Butantan

Nem tudo é celebração no centenário do prédio principal do Instituto Butantan. Na última sexta-feira, 4, cerca de 100 pessoas – entre funcionários e pesquisadores – uniram-se em frente ao mesmo e protestaram conta a atual situação do Instituto.

O ato, organizado pela Associação dos Servidores do Instituto Butantan (ASIB), e pelo Sindicato dos Químicos de São Paulo, contou com o apoio do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa, Ciência e Tecnologia (SINTPq), Régis Carvalho, além dos deputados estaduais Beth Sahão, Adriano Diogo e Luiz Claudio Marcolino, todos do PT-SP.

Cerca de 100 pessoas protestam em frente ao prédio do Instituto Butantan 9Foto: Gregório Nakomotome)

O prédio principal do Butantan apresenta sinais de deterioração. Danos estruturais, problemas com infiltração, telhado e fachada deteriorados, laboratórios funcionando fora de condições apropriadas e biblioteca desativada são algumas das situações pelas quais passa o Instituto.

Segundo Rogério Bertani, do SINTUSP (Sindicato dos Trabalhadores da USP), o prédio reflete bem o que vem acontecendo não só no Butantan, como em outros Institutos de pesquisa de SP. “A data do centenário deste prédio oferecia uma grande oportunidade para chamar a atenção para o sucateamento da pesquisa científica no Estado de São Paulo”.

Reivindicações

Ainda segundo Bertani, as principais reivindicações são a recuperação da estrutura física do Butantan e o fim do sucateamento da pesquisa nos Institutos de São Paulo. “A principio, pretendemos negociar as questões pontuais com a direção do Instituto Butantan. Porém, como essa situação atinge a todos os Institutos de Pesquisas e Fundações Publicas, estamos apoiando a luta que já vem ocorrendo por meio da Frente Parlamentar em Defesa dos Institutos de Pesquisas e Fundações Publicas do Estado de São Paulo, que foi lançada na Assembleia Legislativa em março”, afirma.

Outras questões como a falta de concursos para ingresso no Instituto, envelhecimento do quadro de pesquisadores e evasões também foram levantadas no ato. Até o fim desta edição, a Diretoria do Butantan ainda não havia se posicionado oficialmente em relação ao ato e tampouco respondido às perguntas do JC.