Ato protesta contra racismo na FMUSP

Na tarde da última terça-feira, 13, dezenas de alunos reuniram-se na Faculdade de Medicina da USP para protestar contra o episódio supostamente racista sofrido pela aluna de Saúde Pública Mônica Mendes Gonçalves, que teve sua entrada na FMUSP dificultada por seguranças na noite de 30 de abril

O ato, organizado pelo Centro Acadêmico Emílio Ribas, da Faculdade de Saúde Pública, levantou diversas pautas – como programas de inclusão na universidade por meio de cotas raciais, violência policial e racismo institucionalizado na sociedade – e contou com a presença da própria Mônica, além de representantes de outras entidades, como o DCE-Livre da USP.

Protesto pautou racismo, cotas na universidade e violência policial. (Foto: Gregório Nakamotome)
Protesto pautou racismo, cotas na universidade e violência policial. (Foto: Gregório Nakamotome)

Em seu discurso no ato, o também estudante da FSP, Miguel Angelo, lembrou a importância de se reconhecer que, mesmo após 126 anos da abolição da escravatura, os negros ainda sofrem diariamente com o racismo institucionalizado, e criticou a postura branda do Centro Acadêmico Osvaldo Cruz, da Medicina, frente ao episódio: “Não se trata de caso isolado. O povo negro sofre diariamente com a violência e o racismo institucionalizado, enfrenta diversas barreiras, diversas restrições de acesso a locais públicos. Não adianta as pessoas, o CAOC, se posicionarem contra o racismo, se eles não reconhecerem que têm privilégios sociais, econômicos e culturais sendo brancos e não apoiarem medidas efetivas de inclusão – como a adoção de cotas nas universidades”, afirmou o aluno.

Mônica agradeceu o apoio recebido no ato, reiterou as palavras de Angelo e também afirmou que o fato de ser negra não a impedirá de exigir os seus direitos. “Essa é uma universidade pública, um espaço público, bancado pelo ICMS do alface que os pobres e negros compram todos os dias. Ser negra não pode e não me impedirá de circular por esse prédio ou qualquer outro espaço público e de reivindicar meus direitos”, diz.