Grupo sediado na Poli discute mobilidade urbana

Abertas a todos da USP, reuniões apostam no intercâmbio entre academia e sociedade para propor soluções

Quinzenalmente, alunos de diversas unidades da USP se reúnem na sala 33 do prédio de Engenharia Civil da USP para debater mobilidade urbana no Brasil. O grupo APÉ, do tupi “caminho”, faz parte do Escritório Piloto (EP), laboratório interdisciplinar de projetos de extensão universitária localizado na Escola Politécnica (Poli) da USP. Com apoio financeiro do Fundo Patrimonial Amigos da Poli, o grupo iniciou suas reuniões em 2012 e hoje realiza palestras, boletins técnicos, estudos, projetos educativos, intervenções urbanas e busca de parcerias com o poder público.

No início de 2012, entrou em vigor a Lei 12.587/12, que institui as diretrizes para a Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU). Uma das exigências da Lei é a obrigatoriedade do estabelecimento de um Plano de Mobilidade Urbana para municípios com mais de 20 mil habitantes, até 2015. Com o intuito de colaborar com as prefeituras na formulação de seus planos de mobilidade e integrar a sociedade civil nesse processo, o grupo criou uma frente de trabalho chamada apeplanmob. “Essa frente se propõe a acompanhar e a incitar municípios de pequeno porte a promover o debate sobre mobilidade urbana, visando que gestores públicos e população atentem para esse aspecto”, conta Mariana Novaski, integrante do APÉ. “O grupo já atua junto ao município de Itararé, interior de São Paulo, tendo realizado visita junto a gestores e oficina junto à população.”

Criar planos de mobilidade para a cidade é um dos focos dos encontros. Foto: Gabriella Feola

Com o objetivo de conscientizar a população e debater a cultura do automóvel, o APÉ organizou uma vaga viva em parceria com o Museu da Cidade de São Paulo. A intervenção urbana aconteceu ao lado do Solar da Marquesa, com a ocupação artística de vagas de automóveis por pessoas, gerando uma reflexão sobre os diversos usos e significados da rua, não apenas como espaço de circulação, mas também de permanência e de convivência.

A participação nas reuniões é aberta a todos os interessados e varia conforme a disponibilidade e o envolvimento de cada um. O grupo se reúne para discutir temas relacionados à mobilidade urbana com foco no diálogo com a sociedade, abordando disciplinas como arquitetura, urbanismo, engenharia, transportes, geografia, antropologia, economia urbana e regional. “Alguns dias antes, é escolhido o tema a ser debatido e divulgada a bibliografia de referência via site do EP e e-mail aos membros. Dessa maneira, todos podem ler previamente e levantar questionamentos para o debate”, explica Mariana.