Assediador da Letras continua a fazer vítimas na web

Um suposto aluno matriculado no curso de Letras da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) é conhecido por assediar meninas em redes sociais. De acordo com relatos, o rapaz começa com uma abordagem aparentemente tranquila, mas se torna agressivo conforme obtém respostas negativas. Apesar de boletins de ocorrência e denúncias, a diretoria da Faculdade ainda não tem respostas. As investidas inapropriadas não se restringem às mulheres de seu curso, não datam de hoje.

A abordagem, facilitada por um anonimato que a internet pode oferecer, é feita da seguinte maneira: ele adiciona a vítima por um de seus perfis fakes do Facebook, conversa normalmente sobre um projeto de fotografia que gostaria de realizar ou sobre algum interesse que apareça no perfil da menina, e a chama para sair.

Conforme diz o coletivo Marias Baderna, que atua na Letras, ao fazer o convite e não receber uma resposta imediata ou ao receber um “não”, o responsável pelo perfil se torna violento e começa a ameaçar as vítimas. Isso normalmente é seguido pelo bloqueio das usuárias na rede. “Ao começarmos a revirar a internet atrás de mais casos, encontramos abordagens feitas por meio de comentários em blogs: passando seu e-mail, insistindo em contato, e sendo agressivo com meninas que o bloquearam em outras redes sociais”, dizem.

Carolina G., estudante da universidade, se deparou com o perfil pela primeira vez em 19 de março. Começaram a conversar, ele a apresentou à proposta de fazer “fotografias urbanas”. Ao começar a questionar o indivíduo sobre o tal projeto, ele se esquivava, mas insistia para que combinassem um dia para se encontrar.

Após conversas que culminaram em confissões apaixonadas por meio do usuário, Carolina foi bloqueada na rede. Embora diga que nunca tenha sido agressivo com ela, afirma que o rapaz se portou de maneira inapropriada diversas vezes e continuamente a agradecia por ser educada ao recusar suas investidas. A vítima diz nunca tê-lo visto pessoalmente, e não tem condições de identificá-lo.

Mas, segundo informações do coletivo Marias Baderna, existe sim uma mesma pessoa que utiliza diversos perfis fakes para abordar suas vítimas. Inclusive, há denuncias recentes recebidas da USP e da Unicamp.

Quando procurada, a diretoria da Faculdade informou que há uma sindicância em andamento. O JC, observando os preceitos éticos da profissão, deixa de publicar outras informações sobre o fato até que se conclua as investigações sobre o caso.