Fotos artísticas de plânctons no IO

Exposição conta com mais de 30 painéis com fotos de organismos marinhos do mundo todo

O Museu Oceanográfico e o anexo didático do Instituto Oceanográfico (IO) da USP abrigam a exposição “Tara Oceans: Um Panorama do Plâncton Marinho Mundial” até o dia 30 de julho. As fotos expostas são fruto de uma expedição feita entre 2009 e 2012. O veleiro de 36 metros de comprimento chamado Tara, partiu da França com o objetivo de fotografar os micro-organismos no Mar Mediterrâneo e nos oceanos Índico, Pacífico, Antártico e Atlântico.

Os profissionais envolvidos na expedição foram coordenados por Emmanuel G. Reynaud, pesquisador da University College Dublin, na Irlanda. A exposição conta com mais de 30 painéis de alumínio com fotografias tratadas por engenheiros ópticos e layouts compostos por Luis Gutiérrez-Herdeia.

Estética

“Essa exposição também tem um cunho artístico”, conta a professora Elisabete Braga, presidente da Comissão de Cultura e Extensão Universitária do IO. “Você tem desde organismos muito pequenos, microscópicos, e também transparentes que na verdade aparecem nas fotos como furta cor. Eles parecem ter muitas cores, mas isso é o efeito de ser translúcido. Alguns desses organismos fazem carapaças, uma espécie de esqueleto externo, com uma ornamentação tão linda que isso foi estudado na Escola de Belas Artes de Paris.”

De acordo com Elisabete, as imagens mostram a beleza natural desses micro-organismos, ligando arte à ciência. A exposição conta com a transversalidade que a universidade quer: é a relação entre a ciência, o conhecimento, o ensino e os aspectos artísticos que atraem a população, não só de alunos, mas de leigos também.

“Em museologia contemporânea existe essa ideia que uma exposição científica tem que ter alguma coisa atraente para que possa atingir públicos maiores. Ela ensina conceitos, mas também é bela. É uma forma de comunicação com o público”, explica Elisabete.

A foto da exposição (acima) foi produzida em uma expedição que passou pelo Mar Mediterrâneo e nos oceanos Índico, Pacífico, Antártico e Atlântico. (foto: Rúvila Magalhães)

Oceanografia

Segundo a professora, a oceanografia nasceu com a expedição Challenger que saiu da Inglaterra, em 1872, e deu a volta ao mundo coletando amostras de água, fungos e de organismos. A expedição Tara repetiu o feito da Challenger, com a diferença que o foco foi o plâncton.

Por plâncton entende-se todo organismo marinho que não se locomove ou fica fixo a um local, ou seja, vive livremente nas águas oceânicas, podendo ser arrastado pelas correntes marítimas. Neste grupo estão inclusos animais (o zooplâncton), bactérias, vírus, vírus gigantes e fitoplâncton.

A exposição foi trazida à USP a partir da parceria entre Consulado Geral da França em São Paulo e a da Comissão de Cultura e Extensão e do Museu Oceanográfico do IO. É itinerante e vai rodar o mundo, assim como a expedição Tara. Pode ser visitada, gratuitamente, de segunda à sexta, das 9 às 17 horas. O IO está localizado na Praça do Oceanográfico, 191, Cidade Universitária, São Paulo.