Grupo busca disseminar ideias liberais

Ações de alunos se concentram na promoção de eventos e palestras na Cidade Universitária e na Faculdade de Direito

Difundir ideais liberais no meio acadêmico brasileiro. Esse é o objetivo do grupo Estudantes Pela Liberdade, uma organização formada por jovens comprometidos com a promoção de uma ordem social ancorada no respeito às liberdades individuais, à propriedade privada e à vida humana. Isso não quer dizer, segundo Daniel Maurício Magalhães de Paula, estudante de engenharia ambiental na Escola Politécnica (Poli) e coordenador do EPL na USP, que o Estudantes Pela Liberdade seja um grupo de direita. “O grupo trabalha, entre outras coisas, para mostrar que libertarianismo é tão diferente de conservadorismo quanto é de socialismo” diz.

O EPL não teve nenhuma atuação política ativa durante o ano passado na USP, nenhum membro da rede disputou eleições para o DCE. Daniel explica que as ações do grupo se concentram na promoção de eventos e palestras na Cidade Universitária e na Faculdade de Direito (FD), onde existe um outro grupo de estudos da rede, chamado Leonard E. Read. “O EPL tem como meta trazer uma visão diferente para o movimento estudantil e ajudar na criação de grupos de estudos, debate, ativismo e abertura de empresas juniores”, diz Felipe Trentin, estudante de economia da Faculdade de Economia e Administração (FEA) e membro do conselho executivo do Estudantes Pela Liberdade.

Contrariando os estereótipos, o pensamento liberal do EPL não afastou membros de faculdades conhecidas pela orientação de esquerda de seus alunos, como a Escola de Comunicações e Artes (ECA) ou a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). “O grupo foi inaugurado em uma palestra na FAU [Faculdade de Arquitetura e Urbanismo]. Pelo grupo da USP já passaram sete pessoas que estudaram ou estudam na FFLCH ou na ECA e, definitivamente, a maior parte dos membros não se considera de direita”, diz Daniel.

Polarização

Segundo Felipe, a polarização das orientações políticas dentro dos cursos da Universidade é prejudicial ao debate político. “Acho que o preconceito existe e não é pequeno. Pela minha passagem na FFLCH [Felipe também frequentou o curso de Geografia] e meus tempos economia na FEA, vejo que existe um estigma muito grande com relação aos cursos não alinhados ao movimento estudantil (FEA, POLI, Pinheiros, etc). Muitas vezes, os alunos desses cursos são taxados injustamente de alienados”, diz Felipe. Ele conta que já sofreu repressões enquanto distribuía panfletos pela FFLCH. “Todo mundo que já frequentou um número razoável de assembleias já sofreu algum tipo de retaliação. É uma grande pena que esse tipo de situação aconteça”, completa.