Manifestação reivindica solução para USP Leste

Alunos da EACH bloqueram parte da Avenida Paulista para pedir a descontaminação do Campus interditado

Na tarde do dia 30 de junho, no vão do MASP, alunos da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) reuniram-se em uma manifestação que reivindicava a desinterdição do campus da USP Leste, desde que as medidas ambientais determinadas pela justiça para a descontaminação da área fossem acatadas pela Universidade. Os estudantes alegam que pouco tem sido feito pela reitoria para encontrar a solução do problema e temem que o comprometimento do campus possa gerar mais prejuízos acadêmicos.

Segundo Hugo Pedro Guornik de Oliveira, aluno do curso de Gestão de Políticas Públicas da EACH, as medidas necessárias para a solução dos problemas ambientais da USP Leste são feitas de maneira extremamente lenta, o que, de acordo com o estudante, tem comprometido não apenas o aproveitamento acadêmico dos alunos, mas, também, o andamento de pesquisas que são desenvolvidas na unidade e que são importantes para o próprio prestígio da Universidade. “Quando prestamos Fuvest, nós imaginamos que vamos viver os anos da graduação dentro do padrão USP de qualidade, sempre tão prestigiado. No entanto, não é o que nós, alunos da EACH, estamos vivendo”, afirmou Hugo de Oliveira.

Protesto de estudantes da EACH interdita Av. Paulista. (foto: Gabriella Feola)

“EACH Chernobyl”

Com a contaminação por gás metano e metais pesados, o convívio com o ambiente do campus poderia expor os estudantes, pesquisadores, professores e funcionários ao risco de desenvolverem diversas doenças. A situação, inclusive, fez com que vários cartazes presentes na manifestação trouxessem uma metáfora entre o cenário da USP Leste e o da Usina de Chernobyl. No entanto, mesmo com as críticas e reivindicações, as providências almejadas para a volta ao campus não não são tratadas da maneira que deveriam, e, segundo os presentes na manifestação, o principal argumento do reitor é a falta de verba da Universidade.

Para Arthur Andrade Oliveira, aluno de Ciências Sociais e candidato ao curso de Gestão de Políticas Públicas da EACH, na verdade, não há um esforço real para resolver a situação. “Os estudantes não são incluídos na procura por soluções, nem mesmo em relação aos problemas que a graduação tem enfrentado em função de tudo isso”, afirma o estudante. Hugo também questiona o argumento da reitoria: “A EACH sempre foi o campus mais segregado e marginalizado da Universidade. Se uma situação semelhante acontecesse com a Faculdade de Medicina (FMUSP) ou com a Escola Politécnica (Poli), será que o caso   teria chegado ao ponto em que a situação da EACH chegou?”.