Nova esponja ajuda em vazamento de petróleo

Feita a partir de um polímero, esponja desenvolvida por químicos separa o óleo da água de maneira mais eficaz

O Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP desenvolveu uma esponja que separa o óleo da água sem o uso de energia, uma tecnologia própria para casos como a retirada de manchas residuais de vazamento de petróleo em mares.

A esponja é feita a partir de um polímero –  macromoléculas em que uma unidade se repete – com moléculas ocas, que são denominadas cucurbitanos. Essas moléculas têm afinidade muito grande com substâncias não miscíveis à água e de tamanho compatível com sua estrutura.

No contato com a esponja, a molécula de óleo entra na cavidade do cucurbitano, porque é energeticamente favorável. “O cucurbitano é a molécula que serve de armadilha para as moléculas que compõem o petróleo” afirma Grégoire Jean-François Demets, responsável pela pesquisa em questão.

Os cucurbitanos são o foco de pesquisa do grupo de Demets. O desafio da criação desse dispositivo foi transformar essas moléculas em algo que tivesse uma grande superfície de contato. Para isso foi feita a dispersão dos cucurbitanos em um polímero, e posteriormente o polímero foi transformado em esponja.

A esponja é própria para retirar camadas finas de óleo da água, que são difíceis de serem tiradas pelo bombeamento, técnica usada para retirar grandes vazamentos.

A vantagem desse método é seu baixo custo. Apesar de não ser exatamente calculado, Demets afirma que a esponja é bem mais barata que muitos outros materiais sorventes. Além de não precisar de energia para seu funcionamento, depois de ser usada ela pode ser reutilizada várias vezes, e quando ela estiver inutilizável, sua matéria prima pode ser reciclada

O pedido de patente desta tecnologia já foi realizado pela Agência USP de Inovação e está em andamento.

Infográfico: Fabio Manzano e Luiza Fernandes