“O clube parou, mas o Jogo tem que continuar”

Apesar da paralisação das atividades no CEPE, Atléticas se organizam para treinar em lugares alternativos

Com a greve dos funcionários, as atividades do centro de práticas esportivas (CEPE) foram paralisadas. No entanto, as atléticas continuaram sua atividades, e para conseguir dar prosseguimento aos treinos, cada um deu o seu “jeitinho”.

A paralisação do clube aconteceu em pleno andamento da copa USP. Para competir, as atléticas usaram os artifícios que podiam. Por exemplo, na final do futsal feminino, foi usado o ginasio Mané Garrincha. O clube escola do Ibirapuera também serviu de lugar improvisado para treinos. Também foi utilizada uma quadra no Jaguaré, próxima ao Portão 2, a quadra da Faculdade de Medicina e uma outra localizada na Zona Norte de São Paulo.

A modalidade menos afetada pelo fechamento do clube foi a Natação. Depois do mês de abril, por causa das baixas temperaturas, as piscinas ficam fechadas, mesmo se não houver greve. As demais equipes do campus Butantã foram atrás de alternativas para manter os treinos.

João Francisco Vargas é diretor de esportes da Liga Atlética Acadêmica da USP (LAAUSP) e falou sobre algumas das soluções encontradas.  ”Algumas [equipes] conseguiram vagas em colégios. Outras tão treinando em parques, como o Villa Lobos, e em quadras particulares. Por exemplo, a pessoa tem um condomínio que tem uma quadra relativamente boa e leva o time todo pra lá.”

Faixa do Sindicato dos Trabalhadores da USP na entrada da instalação principal do CEPE. (foto: Gabriella Feola)

Ernesto Sumi é faixa preta em Karatê e ex-aluno USP. Ele fala da importância de não atrapalhar a greve dos funcionários, mas dar continuidade à atividade “quando fico sem treinar o corpo enferruja rápido e para recuperar é um sacrifício”. Sumi conta que começou a participar de treinos informais em período de greve em 2005, quando a USP recebeu 50 atletas de karatê vindos do Japão, incluindo um campeão mundial, e, portanto, os alunos não pararam os treinos. Desde então, em tempos de greve, os alunos faixa preta se reúnem e organizam treinos na raia.

Apesar de o clube estar fechado, todos os funcionários terceirizados continuam comparecendo a seus postos e cumprindo seus horários de trabalho. Eles são os responsáveis pela portaria, segurança e limpeza. Mesmo estando em seus postos, eles se encarregam de não deixar que ninguém use o clube e ‘fure’ a greve. Os terceirizados não aderiram à paralisação porque seus salários não estão relacionados com a administração da Universidade, não tendo sido afetados pela crise.

Tabela: Luiza Fernandes