Nova iluminação ainda causa debate na USP

Após 14 meses de implantação, o novo sistema de iluminação do campus da USP foi entregue por completo, no dia 21 de julho deste ano. O projeto teve sua concepção iniciada em 2010, com o início do estudo sobre os tipos de iluminação mais adequados para as necessidades da Cidade Universitária.

Após o assassinato do aluno Felipe Ramos de Paiva, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), em 2011, a comunidade universitária passou a cobrar da reitoria a aceleração da implantação de um novo sistema de iluminação que melhorasse a visibilidade noturna nos espaços do campus. Foi criado um grupo de trabalho para estudar a implementação desse novo sistema em todos os campi da capital.

Após dois anos de estudos práticos e licitações, o novo sistema começou no dia 22 de maio de 2014, um dia após sua aprovação, e com duração prevista de oito meses, que foram acrescidos de mais seis. A licitação teve custo de 39,5 milhões na cidade universitária, somados a 99 milhões nos outros campi.

Além disso, de acordo com a prefeitura do campus, os contratos preveem a manutenção do sistema pelos próximos cinco anos. “As empresas ficaram responsáveis pela retirada e destinação adequada das antigas lâmpadas e postes, bem como pela manutenção imediata das luminárias”, informou a assessoria da prefeitura. “Portanto, a recente crise orçamentária não trará danos à manutenção do sistema”.

Ainda de acordo com a Prefeitura do Campus, a escolha das novas luminárias LED foi baseada na busca de uma iluminação que facilitasse o reconhecimento das pessoas por câmeras e trouxesse uma maior sensação de segurança.

“Além disso, as luminárias possuem maior vida útil estimada, superior a 60 mil horas, enquanto as lâmpadas convencionais atingem no máximo 20 mil horas”, disse a assessoria da prefeitura.

NOVAS PROPOSTAS

Com a finalização do processo de implantação das novas luminárias, o corpo universitário pode mensurar as mudanças em diferentes pontos do campus. A ouvidoria da Prefeitura do Campus tem recebido as críticas e elogios e tem passado às empresas responsáveis pela manutenção os pontos que precisam ser melhorados.

Para o estudante Lucas Fabbro, membro do Centro Acadêmico Visconde de Cairu (CAVC) da FEA, houve melhoria na iluminação dos locais onde antes havia um sério déficit. “A implementação do sistema de iluminação foi um avanço. No entanto, tal medida isolada, não foi suficiente para que a segurança no campus tenha de fato melhorado”.

Para ilustrar que o problema não foi solucionado, Lucas fala sobre os casos de furtos e sequestros no campus. “Ainda ocorrem diversos casos de violência na cidade universitária, que vão de furtos até situações mais graves, como assaltos e sequestros relâmpago”.

O CAVC tem investido esforços na busca de espaços de discussão da segurança dentro da USP, o que inclui a criação do Fórum Felipe Ramos de Paiva, no qual professores e alunos da FEA passaram a debater as melhores formas de trazer segurança para a Cidade Universitária.

Ainda segundo Lucas, “outras medidas propostas para além da iluminação e do convênio com a Polícia Militar, como a criação do Fórum da Cidadania pela Cultura da Paz, que seria um espaço para o debate de estudantes, professores e funcionários, juntamente com especialistas, não tiveram avanço”. Ele também acrescenta: “a comunidade universitária deve passar a tratar a questão da segurança como uma de suas prioridades e não apenas quando mais uma tragédia ocorrer”.

por PEDRO PASSOS