Beleza é fundamental

Não se assuste. O Jornal do Campus mudou. E foi uma mudança mais que necessária.
O Jornal vinha sendo feito, há alguns anos, com um projeto gráfico flutuante, com elementos que mudavam a cada edição.

O projeto que vigorou até a última edição (nº 433), havia sido pensado originalmente para o formato Standard, o tradicional comprido, que dobra ao meio, e é um estorvo tanto para a leitura quanto para a redação.

No segundo semestre de 2013, em uma edição especial sobre as eleições para reitor da Universidade, o Jornal do Campus passou por uma mudança radical. A turma responsável, na época, adaptou o projeto antigo para o formato Tablóide, mais popular, mais curto e parecido com um livreto, que facilita muito o manejo e leitura.

No entanto, apenas a adaptação não era suficiente. O projeto gráfico antigo, da maneira como foi feito, impunha muitas limitações à diagramação e criação gráfica.

E não só isso. A escolha das fontes (que na verdade era uma fonte apenas) e a diagramação em quatro colunas dava um aspecto de jornal antigo. E a última coisa que um jornal laboratório, espaço de criação, aprendizado e experimentação dos estudantes, deve parecer, é antigo e quadrado.

Em 2014, o Jornal recebeu um novo professor responsável. Com a aposentadoria do Prof. José Coelho Sobrinho, que ministrava a disciplina há mais de 18 anos, a redação recebeu uma nova docente, Daniela Osvald Ramos, também professora da disciplina Jornalismo Online.

Com o novo, surgiu também a mudança e a reformulação.

A reforma no projeto gráfico era uma vontade coletiva desde o começo do semestre e foi concretizado graças a uma comissão que avaliou as decisões anteriores e processou as mudanças necessárias.

Todas elas, desde a mudança para o formato Berliner, sugestão do professor de Design Editorial, Luciano Guimarães, até a escolha da tipografia e a diagramação em dez colunas, tem o objetivo de deixar o JC mais limpo, moderno e atraente.

Chamar a atenção e envolver o leitor: tarefa cada vez mais díficil e de execução cada vez mais rara no jornal impresso; conquistar novos leitores, e revitalizar os leitores cativos.
Um novo projeto não é só uma reforma prática, é uma mudança de identidade. Cada nova cor, nova fonte e reposicionamento é reflexo do amadurecimento do Jornal, como entidade, e também do amadurecimento dos alunos.

A reforma ainda vai se estender ao digital: Facebook, website, Twitter, Instagram. Não somos só um jornal: somos um ecossistema de mídias que produz conteúdo jornalístico.
Um novo projeto para introduzir um novo modo de fazer impresso no contexto das mídias digitais. Nele, a beleza e o espaço em branco – um respiro na era da hiper informação – são fundamentais.

por THIAGO QUADROS