Jornal do Campus: um legado transitório

REDAÇÃO – O Jornal do Campus está finalizando mais um ciclo enquanto produção laboratorial e estudantil. Os alunos do 4º semestre do curso de Jornalismo do ano de 2014 finalizaram, no dia 2 de dezembro, a última edição do veículo no ano, e se preparam para passar a responsabilidade de tocar os trabalhos para a próxima turma que assumirá o Jornal.

É certo que houve avanços, ainda que talvez eles não estejam claros enquanto ainda estamos em atividade. Crescemos enquanto profissionais, desenvolvendo nossas técnicas de apuração e edição. Porém, acima disso, acreditamos ter prestado um serviço público a toda a comunidade uspiana, promovendo informações, conhecimentos e buscando sempre o melhor enfoque possível para os temas abordados, guiados pelos princípios de democracia e de defesa de uma Universidade pública e de qualidade, que historicamente têm guiado o jornal.

O impresso, o grande foco de nossas atividades, recebeu uma série de alterações objetivando torná-lo mais coerente em cada uma de suas seções. A editoria Opinião foi reformulada e fundiu-se com Em Pauta, uma decisão que eliminou a incongruência de uma seção que sempre gerava questões sobre de quem seria a opinião. De especialistas, de alunos, do veículo? Não. Sua função era pautar discussões no ambiente universitário, assim como Em Pauta já fazia com assuntos externos à USP. Portanto, as editorias se encaixaram perfeitamente em uma mesma premissa, incluindo assuntos pertinentes à comunidade uspiana e à sociedade num mesmo espaço.

Depois de algumas alterações no formato antigo, também colocamos um novo projeto gráfico em funcionamento. Oferecendo maior liberdade de criação aos alunos e maiores possibilidades de inclusão de informações nas páginas, o objetivo foi, também, conceder conforto aos leitores, com páginas leves e atraentes aos olhos.

Com alguns tropeços no início do semestre, o esquema de distribuição foi repensado. A quantidade de jornais em cada unidade da Universidade foi alterada e escolhemos novos pontos para a colocação dos exemplares. Como uma continuação do semestre anterior, buscamos os pontos de ônibus mais movimentados como destino, além do metrô Butantã, que conta com a passagem de milhares de cidadãos da região, também afetados pelos acontecimentos da Universidade. Daí a necessidade de informá-los.

Além do investimento no impresso, que incluiu reuniões de pauta, decisões de cargos e longas discussões ético-existenciais no Facebook, procuramos investir em outras frentes do Jornal do Campus. As redes sociais, que incluem Facebook, Twitter e Instagram foram reestruturadas. A publicação de matérias na primeira passou a obedecer uma ordem lógica de tempo; as coberturas presenciais e em tempo real, que já haviam ocorrido em outros semestres, se tornaram mais recorrentes na segunda; e, finalmente, a terceira passou a contar com uma alimentação mais constante e ligada às demais.

O acervo também passou por uma estruturação a fim de promover sua atualização ao longo das publicações. Com uma vasta quantidade de arquivos a serem digitalizados, a decisão foi responsabilizar cada turma pela disponibilização digital de suas próprias edições e incluir no projeto a recuperação dos trabalhos de uma turma anterior. Dessa forma, nesse semestre disponibilizamos, junto ao webdesigner do Departamento, dezesseis edições anteriores (correspondentes a duas turmas) do jornal. E esperamos que o trabalho continue.

Concluímos, ao fim, que o Jornal do Campus é um legado transitório. Ele muda de turma, às vezes de cara, mas o objetivo de todos que assumem a responsabilidade é que ele esteja sempre numa crescente, tanto no que diz respeito à nossa evolução enquanto profissionais, como no papel de ferramenta de promoção de discussões dentro e fora da Universidade. O aprimoramento contínuo de todas as suas facetas é fundamental nesse processo e é, também, o legado que deixamos.