Estudantes aprovam novo passe livre estudantil

Benefício permite 192 viagens para alunos com renda familiar per capita inferior a R$ 1.182

No dia 26 de dezembro de 2014, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), anunciou o passe livre estudantil a todos os alunos da rede pública e universitários de baixa renda. Desde 2 de fevereiro, estudantes da USP com renda familiar per capita inferior a R$ 1.182,00 podem utilizar ônibus municipais de forma gratuita A partir de 9 de março, o benefício começou a valer também para o metrô.
A Divisão de Promoção Social da Superintendência de Assistência Social da USP (SAS), responsável pela classificação socioeconômica de apoios e bolsas para alunos de graduação, não disponibilizou dados sobre a renda dos estudantes matriculados até o fechamento da edição. Assim, não foi possível saber quantos podem aderir ao passe livre. A SPTrans, por meio de sua assessoria de imprensa, não soube afirmar quantas solicitações partiram de alunos da USP.
Alguns estudantes já se mobilizaram para adquirir a gratuidade. Letícia Paiva, 19, aluna do segundo ano de Jornalismo, achou fácil o processo, mas reconhece uma falha: “Não precisa realmente mostrar documentação. A SPTrans confia na sua palavra”, diz. Porém, segundo a estudante, há falta de organização no site da empresa, que apresenta informações esparsas e não avisa quando o pedido foi aceito. Letícia só conseguiu utilizar o benefício um mês após pedi-lo. “Um dia fui testar se carregava e funcionou”, conta.
A comunidade uspiana se mostra favorável ao passe livre estudantil. Para Renan Proença, 20, que cursa Administração, muitos estudantes já possuem poucos recursos financeiros, que se tornam ainda mais escassos com a necessidade de pagar pelo transporte. Ele acredita que com o passe livre permite economizar um dinheiro valioso. “Se existe um anseio de ver uma população com educação, deve existir o incentivo, e o passe livre é um passo em sua direção”.
Estudante do quarto ano de Letras, Renata Moro, 20, lembra que o tamanho da cidade exige longas viagens de ônibus: “Ter o passe livre ajuda bastante, porque São Paulo é enorme e a gente acaba pegando mais de um transporte por dia. Para quem não tem um salário alto, fica pesado”.
Há também quem defenda não só o passe livre para estudantes de baixa renda, mas para a população como um todo. É o caso de Marcelo Renda, 21, que cursa Gestão de Políticas Públicas na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH). “É um serviço público. Como a saúde e a educação pública são gratuitas, o transporte público deveria ser, também”, argumenta.

COMO SOLICITAR O BENEFÍCIO

Depois de renovar o bilhete único para 2015, o aluno deve declarar sua renda, na aba “Estudante/Declaração de Baixa Renda”. Após a aprovação da SPTrans, basta carregar os créditos no cartão normalmente.
São 24 cotas diárias
não-cumulativas, em um total de 192 viagens por mês (oito a cada 24h).

por ANDRÉ MEIRELLES