Em temporada 2015, Orquestra Sinfônicas comemora seu aniversário com série de concertos
Em 2015, a Orquestra Sinfônica da USP (OSUSP) comemora 40 anos de existência. Para marcar seu aniversário, ela preparou uma programação especial que tem início em março e se estende até dezembro de 2015. “A ideia é prestar homenagens em todos os concertos: aos solistas, aos regentes, aos músicos, aos funcionários administrativos, aos dirigentes e, especialmente, ao público”, explica Edson Leite, diretor da OSUSP. A temporada de concertos começa no dia 22 de março, com uma apresentação na tradicional Sala São Paulo. A orquestra faz uma homenagem in memorian ao seu fundador e primeiro regente, o Maestro Camargo Guarnieri e ao Maestro Ronaldo Bologna, sucessor na regência
da Orquestra. Seu filho, Ricardo Bologna, será o regente do concerto, que também contará
com o jovem pianista brasileiro Pablo Rossi como solista, interpretando Rapsody in Blue, de George Gershwin.
Além da temporada na Sala São Paulo, a orquestra planeja apresentações na biblioteca Midlin e nos campi da USP. Porém, para Ricardo Leite, o concerto de novembro – regido pelo maestro Wagner Polistchuck – é um dos mais especiais, pois “Acontece exatamente no mês de aniversário da OSUSP e possui um programa dedicado à música brasileira e latino-americana”. Para esse ano, a OSUSP conta com nove maestros e um repertório diverso, que inclui, além de música brasileira e do continente americano, grandes clássicos do repertório de orquestra, como Mozart e Beethoven. Durante a temporada também apresentarão obras de compositores russos, em abril, e poloneses, em junho.
“A OSUSP nunca abandona os clássicos, apesar de ter como prioridade a execução de peças
novas da música”, afirma o regente Ricardo Bologna.
40 anos de Orquestra
Desde sua formação, em 1975, a intenção
da OSUSP era “Criar um corpo musical de excelência,
que pudesse interpretar grandes mestres da música erudita e
também promover a audição de compositores brasileiros e latino-
americanos”, lembra Leite. E, a partir disso, “Promover a cultura
e a formação do gosto através da arte musical”, completa.
A orquestra é um orgão da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão
e desde o começo conta apenas com músicos profissionais.
Eles são funcionários da USP e prestaram um concurso com
provas específicas sobre música e sobre seus respectivos instrumentos.
Por muito tempo, a orquestra tinha apenas um efetivo
de de corda. Em 2004 ela foi ampliada, graças à contratação
de instrumentistas de sopro e percussão. No entanto, Bologna
explica que o conjunto sinfônico não é completo: ”sempre precisa
de músicos extras para completar o quadro de concertos”.
Ao longo de seus 40 anos de atividade, a OSUSP realizou muitos
concertos importantes. Leite destaca alguns, entre eles os de
música brasileira regidos por Camargo Guarnieri e a apresentação
na qual o compositor Francisco Mignone regeu suas obras.
Já entre os concertos marcantes para Bologna estão os da primeira
excursão fora do país, realizada em 2010 na Alemanha e também
a primeira apresentação com a OSUSP ampliada, na Sala
São Paulo. “Foi um marco, fez com que a orquestra não atuasse
só no cenário universitário, mas também participasse do cenário
musical paulistano”, justifica. Bologna relembrou a importância
dos concertos que deram origem aos 5 CDs ao vivo gravados
pela orquestra. Eles registram os momentos mais marcantes
da temporada e foram feitos na Sala São Paulo, que, segundo
ele, possui uma acústica privilegiada, além de ser considerada
uma das melhores salas de concerto do mundo pelo jornal The Guardian.
Personagens da OSUSP
O maestro Ricardo Bologna, que também é professor
no Departamento de Música da ECA-USP e
timpanista solista da Orquestra Sinfônica do Estado
de São Paulo (OSESP), possui uma longa história
na OSUSP. Ele a frequenta desde criança, época
em que seu pai, Roberto Bologna, era maestro.
Tocou na orquestra como instrumentista, regido
por Camargo Guarnieri, e também foi solista, sendo
regido por seu pai. Em 2012, tornou-se regente
da OSUSP a convite de Edson Leite.
Leite, diretor da Orquestra Sinfônica da USPdesde
2010, afirma que ela “é um centro de arte
e cultura na USP e tem revelado talentos, possibilitado
experimentações e contribuído significativamente
para a formação do gosto de muita
gente na academia e fora dela.” Ele já trabalhou
na produção de cinco CDs lançados pelo conjunto
sinfônico e mais três gravados e em processo
de edição. Além disso, o maestro lançou, no ano
passado, o livro “Memórias OSUSP” que conta a
trajetória da orquestra.
por BRUNA EDUARDA BRITO