Cinusp exibe mostra “Viagens no Tempo”

Em cartaz até o dia 17 de abril, seleção de longas aborda o tema sem se prender à ficção

Em sua segunda aventura a bordo do DeLorean projetado por Doc Brown, Marty McFly, interpretado pelo então novato Michael J. Fox, dá um salto no tempo e sai do ano de 1985 com destino a um 2015 futurista, onde se depara com uma sociedade frenética e tecnologicamente avançada, em que gadgets como veículos antigravidade e roupas com ajuste automático já se tornaram equipamentos triviais.
É também em 2015 – sem skates voadores, porém – que o primeiro filme da franquia “De Volta Para o Futuro” (1985-1990), escrita e dirigida por Robert Zemeckis, comemora seu aniversário de trinta anos. Não à toa, a trilogia, que foi de fenômeno pop a ícone cult, é um dos destaques da mostra Viagens no Tempo, realizada pelo Cinusp e em exibição desde o dia 20 de março. Com curadoria de Cedric Fanti e Lucas Esquinazi, a seleção de filmes é um apanhado do que já foi produzido pela indústria cinematográfica como ilustração à recorrente discussão sobre o tempo, sua lógica e suas possibilidades de subversão.
A diversidade de abordagens, origens e épocas das obras é o que dá o tom da mostra: na programação, há quem viaje mais longe, como o cavaleiro Papincourt, do longa francês “Os Visitantes” (1993), que, por um erro mágico, acaba enviado para oito séculos no futuro, e também quem fique preso repetidamente em um mesmo dia, caso do meteorologista interpretado por Bill Murray em “Feitiço do Tempo”, produção norte-americana de 1993 de aura pop-cult semelhante à da trilogia de Marty McFly.
Hollywood, bem como sua obsessão bastante característica por jornadas temporais acompanhadas por tiros e explosões, também está representada pelo blockbuster “O Exterminador do Futuro”, ícone dos anos oitenta que lançou Arnold Schwarzenegger para a fama mundial. Já o contraponto alternativo se dá por produções como o espanhol “Crimes Temporais”, de 2007, longa de baixo orçamento que explora o tempo também pela desconstrução da linearidade em sua própria narrativa, e o francês “Eu Te Amo, Eu Te Amo” (1968), de Alain Resnais, em que uma tentativa de suicídio frustrada é o ponto de origem para um roteiro que une existencialismo à ficção científica.
A participação brasileira fica por conta de “Barbosa” (1988), de Jorge Furtado, em que um frustrado Antônio Fagundes viaja ao passado com a missão de mudar a derrota sofrida pela seleção na final da Copa de 1950, e também pelo clássico do humor nacional “Nem Sansão, Nem Dalila” (1955), estrelado por Oscarito e dirigido por Carlos Manga.
A mostra segue em cartaz até o dia 17 de abril, com sessões diárias no Cinusp, na Cidade Universitária, e no Centro Universitário Maria Antônia, na Vila Buarque.

Mostra “Viagens no Tempo”
De 20/03 a 17/04 de 2015
Segunda a Quinta, com sessões as 16h e 19h (Cinusp)
Sexta a Domingo, com sessões às 18h e 20h (Maria Antônia)
Entrada franca
Cinusp | Rua do Anfiteatro, 181, Cidade Universitária
Centro Universitário Maria Antônia,
Rua Maria Antônia, 294, Consolação

 

por LAURA VIANA