Pró-Reitoria investe no esporte da USP

Em conjunto com a LAAUSP e Cepeusp, órgão administrativo planeja financiar os campeonatos univeristários e reformar os centros esportivos do interior e da capital
(Foto: USP Imagens)

A Pró-Reitoria de Graduação da USP (PRG) juntamente com a Liga Atlética Acadêmica da USP (LAAUSP) e o Centro Esportivo de Práticas Esportivas da USP (Cepeusp) estão se organizando em uma ação conjunta para realizar os principais campeonatos universitários da Universidade. A integração inédita entre as entidades prevê que, enquanto a Liga e o Cepeusp organizam a competição, a PRG financie toda despesa relacionada aos jogos.
A parceria, iniciada no ano passado, teve como símbolo a entrega do troféu de campeão do Bichusp de 2014, vencido pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP. À época, o próprio pró-reitor, o professor Antonio Carlos Hernandes, compareceu à cerimônia e entregou taças, medalhas, além dos vale-livros destinados à faculdade vencedora. No entanto, por problemas internos no segundo semestre, a parceria não rendeu os frutos esperados. Segundo o presidente da LAAUSP, João Francisco Vargas Meireles, a ideia era obter apoio da Pró-Reitoria na realização da Taça USP, uma competição que une os vencedores da Copa USP e do Caipirusp. Sem o apoio financeiro, a própria LAAUSP custeou todo o campeonato.
As negociações para 2015 começaram no final do ano passado e a LAAUSP apresentou valores estimados de gastos, que foram atendidos pela Pró-Reitoria. Nesse projeto, o presidente da Liga ressalta a importância do auxílio financeiro para participação de atléticas do interior do estado: “Elas não viriam para São Paulo sem um financiamento, principalmente Ribeirão Preto”. Foram incluídos os custos de ônibus, alojamento e uniformes para o interior.
A proposta procura seguir um dos eixos traçados pela reitoria no plano de metas da Universidade para 2015, intitulado “O esporte como agente agregador”. Entre as submetas desse ponto está a de “promover eventos esportivos na USP organizados institucionalmente”. Desse modo, enquanto a LAAUSP e o Cepeusp iriam, respectivamente, promover e abrigar os torneios, a PRG seria o agente catalisador, oferecendo o financiamento necessário.
“É um projeto integrado com um objetivo: aumentar a quantidade de alunos que participam das competições e realizam atividades físicas”, diz o pró-reitor Hernandes. A primeira experiência dessa parceria foi nesse começo do ano, com os três principais campeonatos de calouros: o Intrabixo, em Ribeirão Preto, o Interbixos, em São Carlos, e o Bichusp, na capital. Neste caso, a parceria ainda contou com o Centro de Educação Física, Esportes e Recreação da USP (Cefer) de Ribeirão Preto e São Carlos.
Segundo Hernandes, cerca de R$ 120 mil reais foram gastos para financiar os três campeonatos. A PRG custeou todas as despesas dos torneios, como árbitros, uniformes e outros materiais esportivos. Além disso, também bancou o transporte das atléticas do interior até a capital durante o Bichusp. Foi a primeira vez que os atletas de Ribeirão Preto e São Carlos participaram da competição. “Nosso único objetivo foi ter um campeonato que fosse estimulante para os ingressantes. Assim, eles saberiam que essa é uma atividade importante na universidade”, afirma o pró-reitor.
De agora em diante, a ideia é que a ação integrada se mantenha nas próximas competições do ano, como a Copa USP e a Taça USP. Para a LAAUSP, a parceria também abre precedentes para uma possível mudança no modo como a Universidade vê o esporte universitário. Antes visto como algo secundário, segundo o presidente da entidade, a ideia por trás da parceria é institucionalizar essa que também é parte da vida acadêmica de todo os estudantes da universidade.
Em sua argumentação, o presidente também é enfático ao citar o número de atletas universitários na USP: “No final do ano passado, eu procurei dados sobre a quantidade de pessoas que faziam Iniciação Científica. Entre os alunos de graduação, eram aproximadamente 3200 estudantes. Já em nossos sistema interno, temos mais de 3000 alunos cadastrados como atletas. Isso só aqui em São Paulo e sem considerar algumas modalidades como natação e atletismo”.
A análise, portanto, é direta: certamente existem mais pessoas que fazem esporte do que ingressantes em programas de Iniciação Científica. Nessa linha, João Meireles também critica a forma pela qual a reitoria trata as duas atividades: “existem vários recursos para Iniciação Científica, mas não há muito para o esporte”.

Infraestrutura

Outro ponto presente no plano de metas para 2015 e que pretende ser executado pelas entidades é a melhora da infraestrutura dos centros esportivos da USP. A ideia está presente na submeta “Mapear e estabelecer cronograma de execução de obras necessárias”. Para isso, a PRG conversa com o Cepeusp e os Cefers para traçar um plano de execução de obras necessárias. Para agosto deste ano, a PRG pretende financiar a troca dos telhados das quadras do Cepeusp. “Outra coisa que está em andamento: tem uma quadra, que é descoberta, conhecida como lixão, que vai ser reformada de modo que você tenha um acabamento de superfície muito melhor para realizar atividades. E o que a gente está conversando com o Cepeusp é sobre a possibilidade de cobrir essa quadra para aumentar mais uma com telhado”, garante o pró-reitor.
A manutenção do Cepeusp, aliás, é uma das maiores críticas da LAAUSP em relação às gestões anteriores da reitoria. “O Cepeusp é um lugar largado às moscas, sem reformas há muito tempo”, diz João Meireles. Além disso, o presidente da entidade é contundente ao dizer que reformas pontuais ocorrem, mas somente para suprir a necessidade de eventos esporádicos que alugam o espaço para a sua realização.
Com relação à infraestrutura dos centros do interior, a PRG também pretende realizar reformas futuramente. Um dos projetos que já está avançado é do campus da USP de Pirassununga, onde ainda este ano deve começar a construção de duas quadras e um vestiário. A ação seria feita em parceria com a Prefeitura do Campus da cidade. Já em Ribeirão Preto e São Carlos, as possíveis obras ainda estão em estudo.
Outro fator inédito na última edição do Bichusp foi o uso de quadras na própria Escola de Educação Física e Esporte (EEFE). O espaço, que passou por reformas recentes em seus pisos, foi amplamente utilizado durante a competição e, para a Copa USP, a ideia é repetir esse planejamento. No entanto, a utilização só foi concedida à LAAUSP por conta de uma intervenção direta da Pró-Reitoria de Graduação, que conversou diretamente com a direção da faculdade. Portanto, mesmo com jogos programados para a competição, será necessário novo contato entre a diretoria da EEFE e a entidade presidida pelo professor Antonio Carlos Hernandes para que o espaço fique regularizado.

por ANDRÉ MEIRELLES e JOÃO HENRIQUE FURTADO SILVA