Alunos reclamam de má iluminação no campus

Finalizada em julho de 2014, a implantação do novo sistema de iluminação da USP teve início em março de 2013, segundo a assessoria de imprensa da Universidade, com a ativação de 150 postes com instalação de 200 luminárias de LED nas adjacências da Faculdade de Economia, Contabilidade e Administração (FEA) e estacionamento. Foi neste trecho que o estudante Felipe Ramos de Paiva havia sido assassinado com um tiro na cabeça numa tentativa de assalto dois anos antes.

Pontos de ônibus, saídas de institutos e outors caminhos estratégicos sofrem com má iluminação. Foto: Marcela Campos
Pontos de ônibus, saídas de institutos e outros caminhos estratégicos sofrem com má iluminação. Foto: Marcela Campos

Quase um ano após o término do projeto, os estudantes ainda sofrem com a má iluminação do Campus e apontam problemas referentes aos locais onde luzes foram instaladas e também às lâmpadas implementadas, do tipo LED. A Prefeitura do Campus USP da Capital (PUSP-C), responsável por sua implantação, respondeu à esta reportagem que “por enquanto, não há planos futuros para 2015/2016”, apesar do medo e insegurança diárias relatadas pelos alunos, especialmente em áreas como pontos de ônibus e saídas de institutos que funcionam à noite e são mal iluminados.

Marília Tiemi tem aulas no Instituto de Biociências (ICB) e conta que, devido à escuridão nos arredores da unidade, alguns estudantes chamam a Guarda Universitária para escoltá-los até seus carros. Diz ainda que para os que pegam ônibus a situação não é melhor, já que o ponto, além de escuro, é também vazio pela noite. E desabafa: “já senti medo de ficar sozinha no ponto, mas também já tive medo quando estávamos só eu e mais três caras”. Já Mariana Pavone tem receio de sair à noite para fazer atividades físicas. A estudante pratica corrida às terças e quintas e reclama da quantidade de lugares escuros pelos quais passa, mas ressalta os arredores da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) e o caminho entre a FEA e os bancos: “Eu vou ali pela rua da raia e volto pela rua da FEA, e quando vou sozinha não levo relógio, celular, nada… que é pra não correr riscos”, relata Mariana, que às vezes corre acompanhada de seu namorado. “Ali na rua da raia colocaram luzes no chão do canteiro central que não iluminam nada, são só enfeite”, completa. Ambas são estudantes do curso de Farmácia.

A Praça do Relógio, caminho estratégico para serviços universitários como bandejão, Coseas e Crusp além de jardim da nova Reitoria, é velha conhecida dos estudantes pela má-fama de perigosa. Marina Souza cursa jornalismo na Escola de Comunicações e Artes (ECA) e alega que a iluminação da área piorou desde que mudaram o sistema: “não que fosse bom, mas essas lâmpadas novas são quase lanternas, iluminam em um ponto e em volta fica breu”. E completa: “Com todos os estupros, roubos e sequestros que sei que acontecem no Campus, essas áreas escuras e desertas são bem assustadoras”.

Larissa Yukari Massarenti Hosoya, também aluna de Farmácia, tem aulas no Instituto de Biociências (IB) todas as quartas-feiras e conta que foram instalados novos spots de luz no canteiro central entre as duas vias da Av. Prof. Lineu Prestes, mas critica a localização: “podiam ter colocado iluminação na área do ponto de ônibus e no caminho até o IB”. Esse caminho é outro conhecido dos alunos do Campus pelo risco que oferece, o da Rua do Matão. “Eu acho que a iluminação melhorou muito na USP, mas ainda existem pontos que merecem atenção”, finaliza a estudante de farmácia.

Por Marcela Campos