Entenda como a USP participa do Enade

O Exame desperta dúvidas entre os estudantes, mas sua realização ainda não é obrigatória

A USP firmou um acordo de cooperação com o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) em 2013, órgão do Ministério da Educação que aplica o Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes). Desde então, a Universidade participa de forma experimental do exame. O acordo prevê que, até 2015, ou seja, até o exame deste ano, os alunos da USP participem do Enade de maneira facultativa. Caso não queira participar, o estudante não encontrará nenhum problema para emissão do diploma. O desempenho no exame também não terá consequências na vida acadêmica ou profissional dos estudantes.

Os cursos oferecidos pela  universidade que podem participar do Enade 2015 são: Administração, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas (Economia), Design, Direito, Jornalismo, Psicologia, Publicidade e Propaganda, Relações Internacionais e Turismo. Os habilitados a participar do exame são os alunos desses cursos com expectativa de conclusão da graduação até julho de 2016, ou aqueles que já concluíram mais de 80% da carga horária do curso até o dia 31 de agosto de 2015.

O aluno interessado deve  confirmar se sua inscrição foi feita pelo departamento. A lista de inscritos também está disponível no site do Inep. Confirmada a inscrição, deve ser feito o cadastro no site do Enade, onde há o Questionário do Estudante.  A prova será aplicada em 22 de novembro, às 13h. Durante o período experimental, os resultados dos alunos da USP não serão divulgados.

O acordo de 2013 também estabelece que a universidade indique especialistas nas áreas avaliadas pelo Enade para analisar, junto com técnicos do Inep, as matrizes e instrumentos de avaliação do Sinaes (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior). O exame é um dos componentes do Sinaes, que mede a qualidade dos cursos e instituições de educação superior no Brasil por meio da avaliação das instituições, cursos e desempenho dos estudantes. A USP não participa integralmente do Enade porque redes estaduais e municipais de educação superior podem optar por não realizá-lo.

Adesão ao exame

Consta no Plano de Metas da USP para 2015, ano em que se encerra o período experimental no Enade, a inserção da Universidade em sistemas externos de avaliação da graduação. Em São Paulo, as universidades públicas promovem avaliações institucionais junto ao Conselho Estadual de Educação.

A participação efetiva da USP  é vista de maneiras diferentes. Para alguns, é importante porque o Enade permite a avaliação da qualidade do ensino superior. Cerca de 60% do índice de avaliação das universidades, por exemplo, vêm do desempenho dos alunos neste exame. O aluno também pode autoavaliar seus conhecimentos, e estudantes com notas elevadas são valorizados pelo mercado de trabalho.

Para o professor da Faculdade de Educação da USP Nílson Machado, o Enade “está preocupado, e não sei se poderia ser diferente, com o mínimo de conhecimento, que é uma garantia para o curso ser credenciado”. Ele reforça, no entanto, que “esse mínimo e uma obrigação, e um bom curso deve ir muito além disso”. O diferencial das mais bem avaliadas acaba não sendo considerado, inclusive porque as visitas de comissões só acontecem em instituições com conceito menor que 3, numa escala que vai de 1 a 5.

Para o professor, “não deveria caber ao governo classificar linearmente o que é uma boa instituição e impor que todas se pautem pelo mesmo projeto”. Na opinião de Nílson, o que deveria ser considerado na avaliação é o projeto pedagógico, para ver se a instituição cumpriu com o que prometeu, assim respeitando as particularidades regionais.agora, temos tido uma aceitação”.

Por: Guilherme Fernandes