Diretor do Cepe promete melhorias na estrutura esportiva

Emílio Miranda apresenta os planos para velódromo, complexo aquático e academia

O Cepe é motivo de orgulho entre os estudantes da USP. O Centro de Práticas Esportivas contempla a necessidade e a vontade dos alunos de formarem e integrarem times para representar a sua faculdade, além de fornecer um espaço de lazer e convivência.

Mas a maioria das suas instalações é muito antiga e carece de manutenção. Além disso, a demanda por infraestrutura esportiva cresceu muito desde a sua construção e o Centro está hoje sobrecarregado.

Foto: Leonardo Milano
Foto: Leonardo Milano

 

Emílio Antonio Miranda, diretor do Cepe desde 2014, nos concedeu uma entrevista exclusiva para tratar dos problemas do maior centro de práticas esportivas da América Latina.

JC – O velódromo, hoje, é um espaço subutilizado. Existem planos por parte da diretoria para que ele seja restaurado e volte a ser utilizado?

Emílio Miranda – A ideia da Universidade é recuperar o velódromo, não como um espaço para o ciclismo em si, mas sim para torná-lo um espaço multiuso. Nós já fizemos reuniões sobre isso nesse semestre, inclusive com algumas empresas, porque teremos que fazer isso através de parcerias. Mas estamos preocupados sim com essa questão, assim como a Pró-Reitoria de Graduação e a parte administrativa da reitoria. Nessa terça chegou um processo relatando tudo que está ruim no Velódromo, fotos com parecer estético e, agora, vamos pegar esse parecer e ver tudo que temos pra realizar. Realmente, o velódromo tem problemas estruturais e falta manutenção. Nós o usamos como área de administração do Cepeusp, já que não temos um prédio para isso e ele está com muita infiltração de água também. Mas é um espaço que foi colocado na Universidade em 1976 e que agora é inadequado para ciclismo, porque hoje os velódromos são menores. Estamos vendo alternativas. Nós iluminamos e já fizemos uma cotação para ver como ficaria ali uma quadra, porque é um espaço bom. Pensamos em colocar um material sintético, como para o futebol society. Enfim, estamos vendo alternativas.

Entre as queixas frequentes por parte dos alunos estão reclamações sobre o piso de asfalto de algumas quadras externas, o piso das quadras de tênis e sobre o espaço da academia, que hoje está sobrecarregado. Nesse sentido existem planos?

Primeiramente, a procura por atividade física aumentou e isso é ótimo, é o que queremos. Não adianta ter um complexo de 520 mil metros quadrados e não vir ninguém. Inclusive, essa gestão colocou como plano de metas da Universidade que o esporte e a cultura são dois elementos agregadores dos universitários aqui na USP. Nunca antes o esporte havia sido uma meta prioritária. Estou há um ano e meio aqui como gestor. As quadras 1 e 6 já estão com orçamento pronto, porque quanto pior for ficando, mais caro vai ser para recuperar depois. Estamos com projetos para recuperá-las, tem orçamento para o piso e para os alambrados que já estão quebrados. Estamos preocupados com tudo isso. Tínhamos feito todo projeto para as quadras 7 e 8, para ampliá-las e torná-las quadras de handebol de 40x20m e que serviria para o futsal também. Estava tudo pronto, mas por causa da reforma do teto dos módulos, nós tivemos que parar.

As quadras de tênis 1 e 3 também já tem previsão de reforma. Estamos vendo orçamentos com as empresas para arrumar para o ano que vem. Alguns espaços estão gastos mesmo, por conta do uso excessivo ‒ o que é bom ‒ mas temos que recuperar. Tudo isso envolve dinheiro. Então, quando alugamos para terceiros, é para isso. Agora mesmo recebemos a proposta de uma pessoa que quer fazer uma propaganda na raia e vamos cobrar. E esse dinheiro é revertido aqui, para reformar quadra, comprar material.

Quanto à academia: nós precisamos de uma sala de musculação, o que hoje não temos, porque aquilo ali é adaptado. E tem muita gente fazendo musculação. Estamos pensando numa alternativa, tem uma empresa que pretende fazer algo aqui, mas não está nada fechado. Aquele espaço é inadequado, é apertado e não conseguimos colocar muito material lá dentro. E com tanta gente usando, o material quebra. Ficamos na dúvida entre deixar ele funcionando como está ou fechar. Estamos vendo de comprar mais aparelhos para o ano que vem, mas pedimos paciência para as pessoas. O problema aqui é espaço e a gente tem que adaptar.

Foto: Paula Mesquita
Foto: Paula Mesquita

Nossa reportagem conversou com a Victória Soto, que é diretora de patrimônio da Laausp e diretora de modalidade da natação, sobre a situação do conjunto aquático. Segundo ela, foi feito um orçamento para aquecer a piscina olímpica. Isso vai acontecer? E outras reformas, como  a instalação de bandeiras de sinalização e melhoria dos blocos de salto?

Acredito que teremos uma boa notícia em relação ao aquecimento para o ano que vem, mas só na piscina olímpica. Isso vai implicar em outro tipo de reforma, inclusive dos blocos de salto, vamos ter que tirá-los. Mas os modernos são aqueles que se pode colocar e tirar. Já que vai ter um momento em que a piscina vai ficar fechada, vamos aproveitar. Mas vamos focar na olímpica, porque não dá para fazer tudo. Ela está com um problema maior: vazamento de água. Isso foi acontecer no final de agosto.

Também tiveram queixas sobre o material de atletismo. Como as caixas de areia não tem cobertura, quando chove o treino fica impossibilitado. Uma solicitação para comprar as lonas já foi feita. Ela já foi atendida?

Sim, já estamos providenciando a aquisição da lona e de mais areia também.

A Universidade está passando por uma crise financeira, o que afeta o orçamento. Frente a isso, para realizar as reformas, estão sendo consideradas parcerias privadas?

Nós estamos prevendo essa situação financeira e já estamos conversando com empresas privadas, como no caso do velódromo. Estamos também fazendo projetos de Lei de Incentivo ao Esporte. Já aprovamos dois, que foi a Volta da USP e o segundo é referente a uma academia na Raia: aí então teremos uma boa academia. Foram aproximadamente R$ 400 mil que conseguimos com a Lei de Incentivo. Vem muitas empresas que querem fazer evento esportivo aqui e a gente cobra, cobra bem. Essas corridas que terminam aqui dentro também. Nós valorizamos muito nosso espaço. Essa é uma forma de trazer recursos.  Precisamos arrumar a quadra de tênis, então vamos arrumar e não só pintar a quadra. Essas calçadas que estamos reformando agora é a mesma coisa. Elas estavam ruins na entrada e no caminho pro estádio. E, como temos muitos usuários da terceira idade, eles se machucavam. Pessoas com cadeiras de rodas não conseguiam passar. Então gastamos dinheiro para arrumá-las.  Provavelmente quando resolvermos o telhado do módulo, vamos arrumar o piso das quadras cobertas 1 e 2, que é de madeira e ruim para recuperar, como fizemos com a 3 e a 4. Tudo isso tá planejado para o ano que vem, vamos ver como a coisa anda.

Por Leonardo Milano e Isabela Augusto