USP recicla 70 toneladas de lixo por mês

Projeto do Campus de Piracicaba realiza análises para buscar também reduzir resíduos

Cerca de 30% do lixo produzido no Brasil poderia ser reciclado, mas apenas 3% é de fato. Desde 1994, o programa USP Recicla faz a sua parte, fazendo a gestão dos resíduos produzidos dentro dos campi e reduzindo a produção do lixo na universidade.

No campus da capital, o projeto é gerenciado pela Superintendência de Gestão Ambiental (SGA), comandado pelo professor Marcelo Romero. A SGA foi criada em 2012, é composta apenas por quatro pessoas e é responsável pela organização da área ambiental da USP e pela criação de políticas na área.

Ela foi responsável por definir a Política de Resíduos da Universidade de São Paulo, que será entregue ainda neste mês para a procuradoria geral da União. Com a finalização, começará a criação do Plano de Resíduos Sólidos, que deve ser aplicado em todo o campus a partir da sua finalização, em junho de 2016. Este projeto falará mais especificamente sobre as ações a serem tomadas dentro das unidades.

Programa USP Recicla funciona desde 1994 (Foto: Dimítria Coutinho)
Programa USP Recicla funciona desde 1994 (Foto: Dimítria Coutinho)

Marcelo afirma que a gestão dos resíduos do campus do Butantã é feito pela Prefeitura do Campus USP da Capital (PUSP-C). Ela emite orientações para as unidades sobre como deve ocorrer o descarte adequado e fiscaliza as etapas de coleta e destinação final dos resíduos. Por outro lado, cabe a cada unidade fiscalizar a limpeza e a segregação adequada do lixo reciclável e do não-reciclável.

De acordo com a PUSP-C, a partir da separação feita dentro das unidades, o lixo reciclável vai para a coleta seletiva. Estes resíduos, que pesam cerca de 70 toneladas por mês, representam 65% do total de lixo produzido pelo campus do Butantã.

Exemplo de Piracicaba

A educadora ambiental Ana Meira, que comanda o projeto USP Recicla na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, a ESALQ, em Piracicaba, explicou o processo feito na unidade. Periodicamente, ocorrem comissões internas dentro do campus, envolvendo pessoas do programa, professores e alunos de cada uma das unidades, que desenvolvem ações internas que buscam a redução da quantidade de lixo, fazendo uma análise do que é produzido.

Para a redução da produção de lixo na ESALQ, Ana relata que, a cada quatro meses, ocorre um diagnóstico dos resíduos produzidos por uma semana em todo o campus. A partir dos resultados, são traçados projetos de ações educativas para serem instruídas. Isso também acontece com o lixo do bandejão, com a análise das sobras dos alunos e dos restaurantes.

No campus, há lixeiras específicas para papéis e para o restante do lixo reciclável, separando-os do lixo comum. Após a separação, os materiais são dados para cooperativas da região, que fazem a triagem e dividem os materiais para o processo de reciclagem. Existem também outros projetos, como as doações de canecas para evitar a utilização de copos descartáveis, a coleta de pilhas e baterias para o descarte adequado e ações feitas durante a semana de recepção dos calouros da ESALQ.

A prefeitura de Piracicaba é quem recolhe o lixo comum do campus, por enquanto. De acordo com Ana, a tendência é que os demais campi do interior passem a cuidar de seus próprios dejetos, como já ocorre com o campus do Butantã e da USP Leste. Na capital, por exemplo, já existe uma lei municipal que obriga que grandes produtores de resíduos sólidos da cidade de São Paulo a darem uma solução adequada ao lixo produzido.

Por Dimítria Coutinho e Gabriel Margato