USP faz mais mudanças na sua cozinha (parte 1)

Terceirizado, bandejão da Química passa a atender demanda na Cidade Universitária aos domingos

“Face à solicitação dos trabalhadores dos restaurantes da SAS e visando uma melhor racionalização dos serviços, informamos que a partir do dia 29/11/2015 o Restaurante das Químicas atenderá o almoço aos domingos. O serviço de café da manhã está temporariamente suspenso”.

Este era o aviso encontrado por estudantes desavisados e incrédulos no portão, fechado, do bandejão central no último domingo (29/11). O dia, extremamente chuvoso, marcou a mudança nos serviços de alimentação na cidade universitária aos finais de semana.  A partir de agora, o restaurante da Química atenderá a demanda nos almoços de domingo.

“Eu prefiro o bandejão central, porque acho que a comida de lá é um pouco melhor. Essa mudança aos finais de semana atrapalha não só a mim, mas todo o pessoal do Crusp. É uma mudança absurda, porque a maior parte dos usuários do bandejão aos finais de semana é o pessoal do Crusp”, afirmou Leandro, morador do Crusp e estudante de mestrado na FFLCH em História Econômica.

A abertura do bandejão na Cidade Universitária aos domingos foi uma reivindicação dos alunos durante a greve estudantil de 2007, justamente para atender os estudantes que moram no Crusp. No entanto, de acordo com o Sintusp, com o passar dos anos, o aumento da demanda aos domingos e o escasso número de funcionários para preparar e servir as refeições começou a atrapalhar o funcionamento do restaurante central inclusive nos dias de semana.

“A reivindicação [dos alunos] foi atendida sem condições. Os funcionários foram adoecendo e ficou apenas um pequeno número de pessoas que não tinha restrição, um pessoal relativamente mais novo de casa. E justamente esses, como trabalham aos sábados e domingos, tiram folga durante a semana, quando o movimento é maior”, explica Marcello Pablito, diretor do Sintusp e auxiliar de cozinha.

A mudança, no entanto, não foi aprovada pelo Sindicato. Apesar de pleitearem, o fechamento do restaurante por conta da mão-de-obra, os funcionários são contra a abertura do bandejão da química, pois o restaurante do instituto é terceirizado.

“Nossa reivindicação não era terceirizar aos domingos. Era contratar e, na medida que não houvesse contratação, que o restaurante fosse fechado provisoriamente com o fornecimento de um ticket. Essa solução que eles [reitoria] deram não apoiamos de maneira nenhuma, porque eles não contratam e avançam na terceirização. Se apoiam em uma decisão que é de atribuição deles, fazem a gente chegar em uma situação limite e depois dizem que não tem outra saída a não ser terceirizar”, afirma Marcelo Pablito.

A reportagem do Jornal do Campus procurou a reitoria para saber sobre eventuais custos adicionais para a abertura do bandejão da Química, mas não obteve resposta.

Por Igor Truz e Hailton Biri