Entidades protestam contra precarização

Manifestação dos funcionários e alunos retoma reivindicações não atendidas pela universidade

Nesta quinta (31) o Fórum das Seis, instância de lutas que reúne docentes e funcionários das três universidades paulistas públicas além dos trabalhadores do Centro Paulo Souza, irá entregar sua lista de revindicações de 2016 para o Conselho dos Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (CRUESP). A “pauta unificada” consiste em um documento de 3 páginas com 31 tópicos (entre demandas mais abstratas e outras mais concretas) incluindo algumas demandas históricas do movimento, como a reintegração do ex-dirigente Claudionor Brandão. O destaque são medidas contra o arrocho salarial da categoria dos funcionários e que envolvem o combate às medidas de corte de gastos da USP.

Dentre as atividades da paralisação está um ato realizado em frente às creches, com a reivindicação de mais vagas para as crianças (foto: Jessica Bernardo)
Dentre as atividades da paralisação está um ato com concentração em frente à Reitoria (foto: Jessica Bernardo)

Para dar atenção às pautas pedidas, foi aprovada uma paralisação dos funcionários vinculados ao SINTUSP e discentes de algumas unidades, e cursos paralisarão em solidariedade e também para revindicar as pautas que envolvem diretamente os estudantes, como as relativas à permanência estudantil. Esta coordenação se deu em uma articulação das três categorias, em especial através do DCE, da ADUSP e do SINTUSP.

Na Assembleia Geral dos Estudantes que ocorreu no dia 10, a paralisação já era pauta e foram aprovadas tanto a incorporação a ela, como ao ato que ocorrerá em frente à reitoria também no dia 31. Em seguida ocorreram assembléias de curso. Até o fechamento desta edição foram confirmados adesões de alguns cursos da ECA, da Faculdade de Educação, do IRI, da História, da Letras, além da EACH e do Direito que estão em movimentação com revindicações específicas da unidade.

Encontro dos Funcionários da USP

Encontro reúne alunos e membros do sindicato para discutir a situação da Universidade de São Paulo (foto: Ivane Sousa/IMPRENSA SINTUSP)
Encontro reúne alunos e membros do sindicato para discutir a situação da Universidade de São Paulo (foto: Ivane Sousa/IMPRENSA SINTUSP)

No dia 23, o “Encontro dos Funcionários da USP” reuniu representantes dos sindicatos e órgãos da USP, além de funcionários e alunos para debater questões da universidade. Magno Carvalho, do Sintusp, disse que o objetivo desta reunião foi planejar as ações coordenadas ao longo do ano. “Corte de salário dos funcionários, terceirizações (e temos o péssimo exemplo desta atitude com a Higilimp), e o novo regimento de dedicação exclusiva dos professores são exemplos dos problemas enfrentados por nós neste ano”.

Com apresentação de cada órgão (Sintusp, Adsusp, DCE, Adunesp e MRT), Adriana Pedrosa, professora da EACH e integrante da Adusp, iniciou a reunião com a explicação de como o Código Nacional da Ciência e Tecnologia é extremamente prejudicial para a Universidade e para os professores, uma vez que o novo regimento modifica os sistemas de financiamento de pesquisa e de carga horária (e, consequentemente, condições de trabalho).

Além disso, o início do encontro criticou a forma que a reitoria resolveu suprir a falta de professores em diversas faculdades. A contratação de professores temporários, é, do ponto de vista dos participantes do encontro uma manobra prejudicial aos novos contratados, que recebem baixos salários e não garantem a presença de professores na universidade. “Após sua aprovação, o candidato será admitido mediante contrato, por prazo determinado, podendo, a critério de cada Unidade de Ensino e Pesquisa, ser renovado, desde que a soma dos períodos não ultrapasse o prazo de dois anos. A admissão dar-se-á em jornada de 12 Horas semanais de trabalho”, explica a assessora da reitoria. O encontro foi entre vários dos espaços em que as pautas de 2016 foram discutidas e negociadas.

(foto: Jessica Bernardo)
(foto: Jessica Bernardo)
(foto: Jessica Bernardo)
(foto: Jessica Bernardo)

Reitoria e DCE

A assessoria da reitoria não quis se pronunciar para o JC sobre o atendimento das revindicações. Lucas Milanez, membro da gestão do DCE, comentou que a incorporação dos estudantes é incentivada partindo do balanço de que todas as medidas contestadas pelos funcionários e docentes mobilizados afetam diretamente os estudantes e a qualidade da universidade.

 

Por Carolina Pulice e Tiago Aguiar