Alunos da EACH lutam por permanência

Depois de semanas de acampamento, benefício financeiro é concedido em ‘caráter emergencial’

Após os alunos da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) terem ficado acampados por quase dois meses contra cortes de auxílios financeiros, o chamado “acampaço” se dissolveu durante a Semana Santa sem solução para o impasse.

Estudantes da USP Leste fazem ato contra cortes de auxílios para permanência estudantil (foto: #EACH Resiste/Facebook)
Estudantes da USP Leste fazem ato contra cortes de auxílios para permanência estudantil (foto: #EACH Resiste/Facebook)

A ação dos estudantes começou no final de fevereiro, quando foi anunciado o corte do auxílio-transporte mensal de R$ 200.

A Universidade decidiu acabar com o benefício por causa do “passe livre” oferecido pela Prefeitura de São Paulo, que dá gratuidade ao transporte público para estudantes de universidades públicas.

Barracas na EACH; estudantes ficaram acampados por semanas (foto: #EACH Resiste/Facebook)
Barracas na EACH; estudantes ficaram acampados por semanas (foto: #EACH Resiste/Facebook)

O benefício era utilizado pelos alunos para complementar o auxílio-moradia, de R$ 400. “Como não há moradia estudantil na EACH, os alunos alugam nos bairros mais próximos como Tatuapé, onde os preços são mais altos” diz Rafaela Romano, aluna de Obstetrícia na EACH.

Quando questionada pelo JC sobre o valor de R$ 400 para o auxílio-moradia, a Assessoria de Imprensa da Reitoria disse que “o apoio financeiro foi criado para auxiliar os alunos no pagamento de moradias próximas à Universidade. O valor é estipulado pela Comissão de Gestão do Programa de Permanência Estudantil, baseada nas diretrizes orçamentárias da USP”, mas não foi dada nenhuma justificativa para essa quantia.

(foto: #EACH Resiste/Facebook)
(foto: #EACH Resiste/Facebook)

Há cerca de um mês, a Assistência Social da Reitoria voltou atrás na decisão. O auxílio-transporte de R$ 200 foi restituído, mas em caráter emergencial válido por apenas dez meses letivos, e com a nomenclatura alterada para “apoio manutenção”, porque que o nome anterior representaria uma “duplicidade de pagamento”.

Na ocasião, os alunos resolveram permanecer acampados para que o benefício seja permanente. No dia 15 de março, a ocupação na Rodovia Ayrton Senna teve o mesmo objetivo.

“A demanda deverá ser encaminhada para a Comissão de Gestão do Programa de Permanência Estudantil, que estudará a viabilidade de se manter como apoio permanente”, disse a Reitoria. Enquanto isso, os estudantes decidem seus próximos movimentos.

 

Por Carolina Monteiro