Cursos de arte ganham novo espaço de integração

O MAC sai definitivamente da Cidade Universitária, mas o edifício será ocupado por outro ambiente de arte: O Espaço Integrado das Artes (EIA), como é chamado pelos chefes dos departamentos de artes da ECA. O lugar está sendo pensado como um espaço de integração entre o departamento de Artes Plásticas (CAP), o departamento de Música (CMU) e o departamento de Artes Cênicas (CAC) da USP, em parceria com o departamento de Cinema, Rádio e Televisão (CTR).

A professora e chefe do CAP, Sônia Salzstein, explica que esse desejo pela maior integração dos cursos é antigo. “Quando surgiu a possibilidade de propormos projetos para esse espaço, ele simplesmente veio atender um movimento antigo e histórico dos cursos de artes da ECA”, conta.

Além disso, os prédios dos departamentos de artes possuem um histórico de precariedade, com alagamentos, infiltrações e falta de isolamento acústico nas salas, e por isso são insuficientes para abrigar a evolução dos cursos. Para a professora Sônia, essa transferência de algumas aulas para o EIA possibilitará a extensão do potencial das aulas e ações desses departamentos.

Propostas

Segundo os chefes dos departamentos de artes, o espaço está sendo pensado com duas frentes de ação: uma voltada para a formação e integração dos estudantes, num caráter acadêmico mais experimental, e a outra para projetos e eventos especiais dirigidos à sociedade.

Algumas propostas para o espaço são a realização de exposições em parceria com museus, uma galeria feita pelos estudantes de artes plásticas, apresentações de peças de teatro, ensaios de grupos musicais, aulas abertas e oficinas.

“Esse espaço tem vocação para se transformar, em dias melhores, num pólo cultural da universidade”, conta a professora Sônia Salzstein. No entanto, ela e Luís Afonso Montanha, vice-chefe do departamento de música, ressaltam que a ideia não é que o instituto se transforme apenas em um produtor de eventos com programação cultural diversificada, mas sim em um espaço de experimentação, pesquisa e formação. “Um dos desafios centrais é mostrar que uma boa programação cultural só será boa se ela resultar de um processo de pesquisa e de experimentação”, Sônia afirma.

Outro plano é utilizar a loja no saguão do prédio e reformulá­la, trazendo exposições de teses da USP e também mesas redondas, inaugurações e debates. Os cursos, ao longo deste mês, estão fazendo assembleias com os estudantes para definir mais propostas e planos para o espaço.

Realização

A partir do mês de abril, algumas aulas serão deslocadas para o edifício novo e já haverá a programação de mesas redondas e seminários no local. Outra atividade, prevista para o fim de abril e que continuará ao longo do ano, consiste em exposições de trabalhos já defendidos por estudantes, mas que não puderam ser apresentados por falta de espaço nos departamentos. “Em relação ao departamento de música, ainda estamos buscando recursos financeiros para conseguir estantes e cadeiras a fim de levar grupos maiores para ensaiarem lá”, conta o professor Luís Afonso Montanha.

Por Isadora Vitti